Palmeiras e Bahia: inspirações do Náutico no modelo de gestão técnica integrada
Clubes também utilizam modelo que dá mais força fora das quatro linhas aos treinadores de futebol
Ao anunciar a adoção do Modelo de Gestão Técnica Integrada, com o comando técnico, formado por Hélio dos Anjos (treinador) e Guilherme dos Anjos (auxiliar), assumindo papel mais amplo na orientação esportiva, o Náutico citou que o modelo será parecido com o que ocorre no Bahia, com Rogério Ceni, e Palmeiras, com Abel Ferreira, comandantes que também possuem participação mais ativa em outras áreas dos respectivos clubes. Mas como funciona na prática?
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Exemplos
No Palmeiras, a gestão integrada ganhou corpo a partir da chegada de Abel Ferreira, em 2020. O treinador e a comissão técnica se envolvem diretamente em áreas como análise de desempenho, preparação física, psicologia e integração com as categorias de base.
A diretoria alviverde também deu autonomia para que Abel participe do planejamento esportivo, opine em contratações e ajude a definir o perfil de atletas para cada função. As decisões estratégicas passam por uma construção conjunta entre departamento de futebol e comissão técnica, com o intuito de construir uma identidade e uma linha de trabalho uniforme em todas as etapas.
No Bahia, a estrutura integrada é potencializada pela gestão da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Grupo City. Rogério Ceni trabalha cercado por departamentos especializados (ciência de dados, performance e captação) que atuam de forma interligada. Cabe ao treinador observar os relatórios produzidos pelas áreas e definir a linha de trabalho.
Recentemente, o Bahia anunciou a renovação do contrato do treinador Rogério Ceni até 2027. O clube também apresentou o projeto de um novo Centro de Treinamento, com investimento que alcança R$ 300 milhões. Melhorias na estrutura do Tricolor de Aço também são uma forma de conceder ao profissional a chance de desenvolver o trabalho com mais ferramentas que vão além do que acontece dentro das quatro linhas.
Técnico pentacampeão mundial, Luiz Filipe Scolari, o Felipão, também já assumiu funções integradas em clubes que passou, como Grêmio, Palmeiras, Athletico e Atlético-MG.
Objetivos
Em nota, o Náutico disse que o objetivo da Gestão Técnica Integrada é “reduzir ruídos, qualificar processos, acelerar a tomada de decisão e garantir coerência entre planejamento técnico e execução diária”.
A gestão administrativa, financeira e institucional continua sob responsabilidade da presidência e da gestão operacional. O Náutico também criou a vaga de diretor geral executivo, que será ocupada por Luciano Leonídio, que já atuou como superintendente de projetos do Timbu entre 2017 e 2018.

