Sex, 05 de Dezembro

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Público e atletas enfrentam forte calor em Wimbledon e assusta até brasileiros

CEO de Wimbledon admite que torneio 'não está acostumado a esse tipo de temperatura'

O torneio de Wimbledon está sofrendo com as altas temperaturasO torneio de Wimbledon está sofrendo com as altas temperaturas - Foto: Daniel LEAL-OLIVAS / POOL / AFP

David Beckham chegou a Wimbledon às 9h, provavelmente prevendo que a temperatura nesta segunda-feira, o temido primeiro dia do torneio de tênis para jogadores e espectadores, chegaria a 35ºC.

Arturo Gonçales, um paulista que vai acompanhar como espectador com sua companheira, Cristiani Domingos, para assistir ao jogo de seu compatriota João Fonseca, disse não ter medo do calor.

"No Brasil, estamos um pouco acostumados, embora fiquemos um pouco apreensivos se a temperatura subir muito. Em São Paulo, onde moramos, a temperatura é de 33°C ou 34°C. É parecido", disse Arturo Gonçales à AFP, vestindo uma camisa da seleção brasileira de futebol.

Não acostumados, mas preparados
Para a CEO de Wimbledon, Sally Bolton, o torneio "não está acostumado a esse tipo de temperatura".

"Mas estamos perfeitamente preparados", acrescentou.
E no início de uma quinzena tipicamente chuvosa, ela disse estar "encantada" por ter sol em vez de chuva "como no ano passado". Com temperaturas previstas para chegar a cerca de 35ºC na segunda e terça-feira, antes de uma queda esperada no meio da semana, "nós, britânicos, sentimos como se estivéssemos sufocando", enfatizou Sally Bolton.

Embora o termômetro suba ainda mais em outras partes da Europa, as autoridades britânicas emitiram um alerta de alta temperatura do meio-dia de sexta-feira até quarta-feira.

"Minha filha está grávida de vários meses e eu tenho um quadril que está nos dando trabalho", mas "se tivermos que suar, vamos suar", contou Cathy Butcher, uma aposentada de 73 anos que veio de Salisbury, no sul da Inglaterra.

Sua filha, Helen Clark, uma empresária de Whitstable (sudeste), disse que "só espera uma brisa fresca" e boas partidas, disse à AFP. Matthew Fisher, que trabalha no torneio de Wimbledon há 29 anos em uma unidade de primeiros socorros, acredita que os serviços ambulatoriais da competição estão preparados para responder a qualquer emergência.

Protocolo de Alta Temperatura
"Este dia provavelmente será um pouco mais movimentado do que o normal, mas temos pessoal suficiente para lidar com qualquer coisa que aconteça", disse Fisher à AFP. "Costumamos ter alguns desmaios e coisas assim. O calor cria problemas porque as pessoas ficam sentadas no sol", acrescentou.

A principal esperança britânica em Wimbledon, Jack Draper (4º colocado no ranking mundial), precisou de tempo para se acostumar a jogar no calor. No Reino Unido, "estamos acostumados a jogar com tempo horrível; é muito frio", enfatizou em entrevista coletiva no sábado.

"Quando você descobre o calor jogando nos Estados Unidos, é muito difícil se adaptar imediatamente." No passado, não lidei bem com esse fator", acrescentou Draper.

Mas "um pouco de calor combina bem com o meu jogo", pois tende a acelerar os ralis, diz o poderoso canhoto de 23 anos e temível sacador. Wimbledon aplica um protocolo de alta temperatura para seus jogadores com base em um "índice de estresse por calor".

Se esse indicador, que combina temperatura do solo, umidade e temperatura do ar, ultrapassar 30,1 graus Celsius, eles têm direito a um intervalo de dez minutos antes de um possível terceiro set na competição feminina. Esse breve descanso é concedido entre o possível terceiro e quarto sets nas partidas masculinas.

O índice de estresse por calor é medido três vezes ao dia: meia hora antes do início das partidas, às 10h30, depois às 14h e às 17h.

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