SAF: fim da Série C marca retomada de debates sobre o tema no Náutico
Após encerrar as tratativas com o Consórcio Timbu, em abril, clube voltou ao mercado para discutir propostas envolvendo a mudança de gestão para a Sociedade Anônima de Futebol (SAF)
Após alcançar o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, o Náutico voltou a focar em alguns assuntos fora das quatro linhas que serão cruciais para definir o futuro do clube. Um deles envolve o debate sobre a mudança no modelo de gestão para se transformar em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Na visão do presidente do Timbu, Bruno Becker, a instituição está mais madura para retomar o diálogo sobre o assunto.
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Maturidade
“Vejo o Náutico mais preparado. Tivemos uma discussão, ainda que um pouco politizada, sobre a SAF. Foi possível entender os limites do clube, o caminho que ele quer seguir. O movimento que foi feito no Consórcio Timbu foi importante, mesmo não se concretizando, porque gerou um debate no clube. A gente viu quem era a favor e quem era contra”, apontou.
O caso citado por Becker envolve a antiga proposta vinculante que o Náutico recebeu de um grupo de investidores intitulado como “Consórcio Timbu”. A ideia era adquirir 90% das ações alvirrubras, investindo o valor de R$ 1 bilhão em 10 anos. Seriam R$ 400 milhões de investimento no futebol, incluindo base, feminino e futsal, além de R$ 250 milhões para quitar o pagamento de dívidas
A negociação, porém, esfriou quando conselheiros do clube se colocaram contrários à proposta dos investidores de possuir parte do terreno (47,48 hectares) do Centro de Treinamento Wilson Campos, na Guabiraba, Zona Norte do Recife. No fim, o Consórcio Timbu comunicou que não seguiria com a proposta.
Atualmente, segundo Becker, o Náutico tem estudado três propostas, mas ainda sem oferta de uma nova proposta vinculante. “Os grupos interessados abriram conversas sobre a SAF, mas elas arrefeceram um pouco por conta do nosso foco na reta final da Série C. É natural que agora elas sejam retomadas, mas nada ao ponto de já ter uma oferta na mesa. Trocamos informações com os investidores e vamos continuar os diálogos dentro desse novo cenário”, frisou.
Ligas
Outro ponto que deve voltar ao debate envolve a participação do Náutico em um dos dois blocos de clubes que comercializam os direitos de transmissão: Liga Forte União (LFU) e Liga do Futebol Brasileiro (Libra).
Há dois anos, o Náutico decidiu não assinar com a Liga Forte Futebol após receber a proposta de venda de 20% dos seus direitos de TV por R$ 10 milhões.“Tanto a Liga Forte União quanto à Libra não negociavam com times de Série C. A LFU negociava, mas, à época, ofereceu um valor que foi entendido não ser satisfatório. Agora, na Série B, há uma expectativa de receber uma proposta melhor do que foi há dois anos. A competição tem mais notoriedade também, com aumento de bilheteria, já que teremos 38 rodadas”, argumentou Becker.

