Santa Cruz: Iran Barbosa explica processo pelo qual a SAF pretende pagar dívidas
O passivo do Santa Cruz foi estimado em mais de R$ 300 milhões
O Santa Cruz, ainda como um clube associativo, opera atualmente com uma dívida de R$ 307,8 milhões, assim como foi divulgado no balanço financeiro de 2024. Iran Barbosa, um dos investidores da SAF, explanou à Folha de Pernambuco como a Cobra Coral S/A pretende trabalhar o passivo futuramente.
O administrador relembra que seu time jurídico já estabeleceu uma oferta, a mesma que balizou o contrato da SAF. Como o clube está em Recuperação Judicial, cabe todos os credores do Santa Cruz votarem se aceitam ou não a oferta.
“A gente espera que isso esteja muito bem encaminhado. A gente vai fazer uma oferta de pagamento da dívida na recuperação judicial e todos os credores do Santa Cruz vão votar se aceitam ou não a oferta”, iniciou.
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Conforme Barbosa, o importante nesta etapa é procurar negociar bem o valor e a forma do pagamento da proposta, para que não se tenha interferência no planejamento do futebol, principal objetivo do momento.
“Uma vez que a dívida estiver negociada, a gente não tem o desejo de pagar ela no mais breve período, a gente tem vontade de pagar no menor valor. Se a gente puder parcelar em alguns anos, igual o Cruzeiro fez recentemente, isso ajuda porque não tira o dinheiro do futebol que nesse momento é prioridade”, disse.
Fuga
Ainda conforme descreveu o investidor, as Séries C e D seriam um ‘limbo’ do futebol brasileiro, espaços em que clubes grandes ficam impossibilitados de fazerem investimentos fortes. Iran relembrou que o Santa é um próprio exemplo disso e afirmou que a prioridade máxima é avançar à Série B quanto antes.
“A Série B tem que ser o mínimo que a gente tem que almejar no mais curto prazo para poder retomar o ambiente de alto investimento. Precisamos nos reestabelecer como um dos grandes clubes do futebol e como objeto de desejo de todo jogador”.
Paciência
Contudo, o investimento deve ser realizado respeitando ritos e patamares. Iran Barbosa fez questão de relatar que o processo de crescimento do Santa Cruz será gradual ao decorrer dos próximos anos.
“Tem certas etapas que a gente não consegue adiantar. O trabalho para que o Santa Cruz volte a ser um dos principais clubes do futebol brasileiro é um trabalho de prazo, de fortalecimento diário”, disse.
Ainda neste sentido, o investidor afirmou que contratualmente a Cobra Coral S/A tem tudo bem-planejado para que o caixa do clube não seja estrangulado, que futuros desequilíbrios não possam acontecer a reboque de dívidas de curto prazo.
“Todas as brigas que aconteceram nos últimos seis meses foram para que o contrato não exigisse um gasto e desequilíbrio de caixa desnecessário. As reuniões aconteciam no sentido ajustar os compromissos sem desequilibrar”, revelou.

