Presidente do Conselho enfatiza que Sport vai buscar punição de todos envolvidos em invasão ao CT
Ademar Rigueira participou de entrevista coletiva nesta quinta-feira (17); o representante do Conselho Deliberativo explicou quais medidas serão tomadas
A invasão do Centro de Treinamento do Sport por membros de torcidas uniformizadas, nessa quarta-feira (16), segue com repercussão dentro do clube.
O presidente do Conselho Deliberativo, Ademar Rigueira, participou de entrevista coletiva nesta quinta-feira (17), no CT.
Ademar Rigueira explicou como o Sport lidou com a situação desde o início, a atuação da Polícia Militar e quais medidas serão tomadas.
O presidente do Conselho foi enfático ao afirmar que o clube vai buscar a responsabilização de todos que estiveram presentes no ato.
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De acordo com Ademar, o Sport estava ciente de que as torcidas organizadas iriam ao CT após a derrota para o Juventude. O protesto, inclusive, chegou a ser divulgado nas redes sociais.
"Ter cobranças e protestos fazem parte do futebol e da vida. É inerente a qualquer atividade. Até então, era uma manifestação de protesto na frente do CT. Havia uma disposição do Sport de tentar evitar que esse protesto se tornasse uma coisa mais agressiva com danos ao patrimônio do clube e integridade dos jogadores", iniciou Ademar Rigueira.
Na entrevista, Ademar informou que dirigentes, o técnico Daniel Paulista e alguns jogadores se colocaram à disposição de participar da conversa na área externa.
"Só que antes disso acontecer, houve a invasão. Não só pela frente e o portão, mas também pularam o muro e já encontraram os jogadores e a direção perto do refeitório. Aconteceu o que vocês viram e foi divulgado", disse.
Ademar Rigueira ressaltou que o Sport solicitou a presença da Polícia Militar desde o momento em que soube da manifestação. O presidente do Conselho questionou a atuação da Corporação.
"A polícia relatar que não houve atos de violência é absurdo. Chega a ser grave a afirmação, porque o clube foi invadido, depredado, houve dano ao patrimônio do clube e a polícia se manteve sempre ausente deste confronto. Claro que quando a polícia chegou, os jogadores estavam aqui na frente e a torcida organizada estava na situação que vocês viram [em contato com os atletas]. Não teve nenhuma atitude, mesmo que preventiva, da polícia militar e eles chegaram após a invasão".
Procurada pela reportagem da Folha de Pernambuco, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) informou que esteve presente com o objetivo de prevenir e coibir possíveis atos de violência, na área externa do clube.
A nota destaca que não houve qualquer solicitação por parte do Sport para atuação ou intervenção policial, sendo a segurança do CT de responsabilidade exclusiva do clube.
"A PMPE lamenta que o Clube tenha permitido a entrada de integrantes de torcidas organizadas em suas dependências, especialmente num momento em que a instituição mantém diálogo permanente para disciplinar e regulamentar o acesso dessas torcidas aos estádios, visando à segurança de todos os envolvidos no futebol pernambucano", completa o comunicado da PMPE.
Apuração dos envolvidos
Ademar Rigueira explicou que o Sport ainda não tinha registrado um Boletim de Ocorrência de forma proposital.
O clube está tentando apurar todos os envolvidos, inclusive, utilizando dados da biometria facial da Ilha do Retiro.
"Estamos levantando todos os vídeos, tudo que foi divulgado sobre isso. Vamos tentar fazer uma comparação com a biometria facial. Todas as pessoas que estiveram envolvidas nesses atos criminosos praticados no Sport, o clube vai buscar a punição. Essa é uma decisão que a diretoria tomou e é intransigente em relação a isso", destacou.
O presidente do Conselho revelou que o clube tem uma reunião agendada na manhã desta sexta-feira (18), com o Ministério Público para investigar e pedir punição dos envolvidos.
"As pessoas que praticaram isso vão ser punidas pelos crimes de invasão, de ameaça, de dano ao patrimônio do Sport", complementou.
Ao longo da entrevista, Ademar Rigueira deixou claro que o clube considera os envolvidos no episódio como criminosos, que buscavam algum tipo de reação dos profissionais.
"Eu tenho uma coisa como certa: eles não vieram para conversar ou negociar. Por mais que a diretoria, os dirigentes, o técnico e alguns jogadores se dispusessem a conversar com eles, já tinham invadido o CT. A agressão ao jogador Pablo, claramente havia uma provocação. Aqueles criminosos estavam querendo que os jogadores reagissem para que houvesse algo pior do que aconteceu. Isso não está dentro da civilidade, não pode mais fazer parte do futebol moderno".
Reação dos jogadores
Segundo Ademar Rigueira, o episódio da invasão trouxe receio para as pessoas que trabalham com o futebol do Sport.
"Essas pessoas [jogadores] podem se equivocar profissionalmente, mas quem é que consegue trabalhar se estiver sendo ameaçado constantemente no exercício do trabalho. Se dizem torcedores do Sport, mas não conseguem raciocinar que o que eles estão fazendo só faz piorar mais o clima interno. Os jogadores estão receosos. Os dirigentes estão receosos, nós estamos receosos. Estamos tratando com criminosos".
Apesar do receio, Ademar registrou que, até o momento, nenhum atleta do elenco solicitou a saída do clube.
"Jogador de futebol é um ser humano. Se eu estivesse na condição deles, eu estaria preocupado com a situação. Mas eu senti o clima muito fechado em prol do jogo contra o Botafogo, que isso não atrapalhe o próximo jogo. Nenhum jogador, como o próprio Pablo, chegou a colocar a situação no Sport. Está chegando jogadores novos. Todos pensando daqui para frente e tentando solucionar essa crise da melhor forma possível”.

