Alzheimer: medicamento capaz de retardar avanço da doença pode chegar ao país ainda este ano
A Eli Lilly já solicitou a aprovação do donanemabe à Anvisa
O donanemabe, medicamento capaz de retardar o Alzheimer em fases iniciais, pode chegar ao Brasil ainda este ano. A farmacêutica Eli Lilly and Company, fabricante do tratamento, disse que já solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de aprovação do fármaco e que assim que houver liberação e definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o produto chegará ao país.
O novo medicamento é a primeira terapia com período limitado de tratamento direcionada para combater a placa amiloide. Essa imunoterapia indicada para pessoas com sintomas iniciais da doença, o que inclui pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL) e com patologia amiloide confirmada, ensina as células imunes a reconhecer e remover a proteína beta-amiloide, que se acumula nos cérebros de pessoas com doença de Alzheimer.
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Os resultados do estudo clínico mostraram que três quartos das pessoas que tomaram donanemabe tiveram amiloide eliminado com sucesso de seus cérebros Além disso, o tratamento reduziu o declínio cognitivo e funcional em até 35%, em comparação com o placebo, e o risco de progressão dos participantes para o próximo estágio clínico da doença em até 39%.
O medicamento é injetável e deve ser administrado uma vez por mês, por até 18 meses. Mas cerca de metade dos participantes do estudo completaram o tratamento com donanemabe em 12 meses. As infusões duram cerca de 30 minutos.
Os principais efeitos colaterais associados ao donanemabe são dores de cabeça, reações ao gotejamento intravenoso e inchaço ou micro-hemorragias no cérebro. A grande maioria dos efeitos colaterais (82,4%) foram leves ou detectados em testes, mas não causaram nenhum sintoma.
Entretanto, especialistas alertam para a necessidade de adequar a expectativa porque essas medicações que agem na proteína beta-amiloide não proporcionam benefícios sintomáticos perceptíveis. Outro desafio é que esses medicamentos precisam ser administrados em ambiente hospitalar e tem um custo elevado, que chega a 172 mil reais ao ano nos Estados Unidos, por exemplo.

