Dom, 07 de Dezembro

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ADOÇANTE

Aspartame provoca pico de insulina, mostra estudo com camundongos

O trabalho foi publicado na revista científica Cell Metabolism

AspartameAspartame - Foto: @EyeEm

O aspartame, capaz de adoçar 200 vezes mais que o açúcar, encontrado em muitos alimentos nomeados diet, apresenta um impacto direto na saúde vascular. De acordo com pesquisadores do renomado Instituto Karolinska, na Suécia, o aspartame provoca picos elevados de insulina.

O que, por sua vez, contribui para o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Ao longo do tempo, isso pode levar a níveis mais altos de inflamação e a um risco maior de ataques cardíacos e derrames. As evidências foram publicadas na revista científica Cell Metabolism.

Yihai Cao, autor sênior da pesquisa, afirma que o tema foi inspirado após ver um de seus alunos bebendo refrigerante diet.

"Um dos meus alunos estava tomando uma bebida sem açúcar, e eu disse: 'Por que você não dá uma olhada no que isso provoca no organismo?'", lembra Cao.

Em estudos anteriores, foram encontrados ligações entre o consumo de substitutos do açúcar ao aumento de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e diabetes. Contudo, não se sabia como isso ocorria.

Assim, a equipe alimentou camundongos de laboratório com doses diárias de alimentos contendo 0,15% de aspartame por 12 semanas — uma quantidade que corresponde ao consumo de cerca de três latas de refrigerante diet por dia para humanos.

Como resultado, descobriram que em comparação com ratos sem uma dieta rica em adoçantes, os ratos alimentados com aspartame desenvolveram placas maiores e mais gordurosas em suas artérias e exibiram níveis mais altos de inflamação, ambos sinais de comprometimento da saúde cardiovascular.

Quando a equipe analisou o sangue dos camundongos, eles encontraram um aumento nos níveis de insulina após a entrada do aspartame. A equipe notou que esse não foi um resultado surpreendente, dado que nossas bocas, intestinos e outros tecidos são revestidos com receptores de detecção de doçura que ajudam a guiar a liberação de insulina. Mas o adoçante artificial pareceu enganar os receptores para liberar mais insulina.

E, dessa forma, os níveis elevados de insulina dos ratos alimentaram o crescimento de placas de gordura nas artérias dos ratos, sugerindo que a insulina pode ser o elo principal entre o aspartame e a saúde cardiovascular.

O principal ator por trás disso é o sinal imunológico chamado CX3CL1, que é especialmente ativo sob estimulação de insulina.

"Como o fluxo sanguíneo através da artéria é forte e robusto, a maioria dos produtos químicos seria rapidamente lavada enquanto o coração bombeia. Surpreendentemente, não o CX3CL1. Ele fica colado à superfície do revestimento interno dos vasos sanguíneos. Lá, ele age como uma isca, capturando células imunes conforme elas passam", explica Cao.

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