Sáb, 06 de Dezembro

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Caso Esther

Caso Esther: Polícia indicia dois dos três suspeitos de envolvimento no crime

Criança sofreu traumatismo craniano; violência sexual contra a menina e ritual religioso no crime foram descartados

Esther Isabelly Pereira da Silva tinha 4 anos Esther Isabelly Pereira da Silva tinha 4 anos  - Foto: Arquivo Pessoal

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) indiciou duas pessoas suspeitas de envolvimento na morte da menina Esther Isabelly Pereira da Silva, de 4 anos, que foi encontrada morta em uma cacimba dentro de uma casa no Pixete, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, no mês de outubro deste ano.

Os detalhes da investigação foram divulgados nesta sexta-feira (5), em uma coletiva de imprensa realizada na sede da PCPE, pela delegada Juliana Bernat, titular da 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios (10ª DPH), e pelo delegado Diego Jardim, da Divisão de Homicídios Metropolitana Norte.

Delegada Juliana Bernat e delegado Diego Jardim Delegada Juliana Bernat e delegado Diego Jardim | Foto: Leandro de Santana/Folha de Pernambuco

Foram indiciados Fernando Santos de Brito, que morava na casa onde o corpo de Esther foi encontrado, e Uilma Ferreira dos Santos, que teria tido um relacionamento com ele e que já morou na residência.

O outro suspeito preso em flagrante pelo crime, Fabiano Rodrigues de Lima, que também morava na casa junto a Fernando, não foi indiciado por não haver provas suficientes de que ele tenha participado do crime.

“Fabiano foi muito coerente em seus dois depoimentos. Isso é muito importante, porque todo depoimento que a pessoa dá, a gente fica correlacionando com outros elementos de prova. Então, ele não estava em casa, tinha saído para trabalhar por volta de 3h40 da manhã e retornou por volta das 6h. A hora que ele chega, fatalmente tudo já tinha ocorrido e todo o seu comportamento, na minha opinião como autoridade policial, diz que ele não tinha ciência de estar lavando um quarto onde o homicídio tinha ocorrido", destaca Juliana.

"Uilma, diferentemente de Fabiano, foi bastante incoerente, porque ela mentiu. Desde o início, ela sempre nega ter entrado no quarto de Fernando, e jogou a culpa de tudo para Fabiano, dizendo que foi ele que lavou, que ateou fogo nos móveis... Enfim, ele não teria nenhum motivo para isso, diferente dela, que além de ter um relacionamento com o acusado, tem mentido desde o começo das investigações”, explicou.

De acordo com a delegada Juliana, as investigações concluíram que a criança morreu de traumatismo craniano. Ainda não foi possível concluir qual seria a motivação do crime.

Neste primeiro momento, o inquérito descartou que a criança tenha sofrido violência sexual. Também foi afastada a possibilidade de Esther e também de que tenha sido realizado no local um ritual religioso.

Apesar de todos os indícios do crime, a delegada destacou que ela e sua equipe somente conseguiram ter a prova absoluta de que Esther foi morta dentro do quarto de Fernando quando encontraram sangue. Exames de DNA comprovaram que era da vítima.

Fernando foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele é o principal suspeito de ter assassinado a criança.

Já Uilma foi indiciada por ocultação de cadáver. Ela teria ajudado Fernando na limpeza de manchas de sangue de Esther no quarto do suspeito e teria se desfeito de alguns móveis.

No dia do crime, após beber com a mãe de Esther, Fernando teria ido a outro bar, onde conheceu uma mulher e a levou para a casa onde morava. De acordo com a perícia, eles teriam mantido relações sexuais.

A Polícia, no entanto, não sabe ainda se essa mulher também teria envolvimento no crime.

“Infelizmente, precisamos da contribuição do acusado para entender o que o motivou a conduzir Esther para dentro do quarto dele, mas temos hipóteses. Quando soubemos que, na noite do desaparecimento da menina, a vizinhança bateu à porta de Fernando em procura dela, alguns dos moradores relataram que ele estava nu ao abrir a porta, alegando que não havia nenhuma criança ali.", iniciou Juliana.

"Diante disso, de início consideramos que o crime poderia ter sido motivado por razões sexuais ou por algo que o fez desistir de molestá-la, o levou a dar essa pancada na cabeça da vítima que resultou em sua morte. Portanto, ainda não conseguimos falar sobre a motivação do crime com a devida clareza", concluiu a delegada.

Os dois indiciados seguem em prisão preventiva. O inquérito foi enviado ao Ministério Público (MPPE).

Fabiano seguirá em prisão preventiva aguardando a decisão do promotor.

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