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Conclave: "Que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam", diz cardeal em missa

Decano Giovanni Battista Re presidiu celebração que abriu o Conclave, no Vaticano, e também apelou pela unidade da Igreja

Cardeal Giovanni Battista Re presidiu a missa para abrir o ConclaveCardeal Giovanni Battista Re presidiu a missa para abrir o Conclave - Foto: Dimitar Dilkoff/AFP

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Os cardeais pediram ajuda divina nesta quarta-feira (7) para a escolha do sucessor do papa Francisco e receberam um apelo a favor da "unidade da Igreja" em um momento "difícil, complexo e conturbado".

Aberto, incerto e sem favoritos claros, os 133 cardeais eleitores organizarão na tarde de quarta-feira a primeira votação na Capela Sistina, enquanto os fiéis de todo o mundo observam a pequena chaminé instalada no teto da Capela Sistina que divulgará os escrutínios em forma de fumaça.

O conclave começa nesta quarta-feira à tarde e o processo previsivelmente exigirá mais negociações e várias votações para que a fumaça branca anuncie o "habemus papam".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, celebrou a missa prévia à eleição, um dos acontecimentos mais secretos e misteriosos do mundo.

Re afirmou em sua homilia que "é forte o apelo à manutenção da unidade da Igreja" e citou um "momento tão difícil e complexo da história", que será enfrentado pelo futuro líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos.

"Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar sua luz e sua força, a fim de que seja eleito o Papa de que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história", afirmou o decano durante sua fala.

O decano também ressaltou que "a eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna" reiterando que o Papa "é a rocha sobre a qual a Igreja é edificada". 

Os purpurados devem participar de uma nova oração durante a tarde na Capela Paulina do Palácio Apostólico, antes de seguirem até a Capela Sistina para o conclave.

89 votos
A Capela Sistina está preparada para receber os 133 cardeais que participarão da eleição: mesas adornadas com tecidos de cor marrom e vermelho, sobre as quais aparecem os nomes de cada eleitor, foram posicionadas no local.

Sob os magníficos afrescos do Juízo Final que Michelangelo pintou no século XV, os chamados "príncipes da Igreja" votarão apenas "na presença de Deus", em um silêncio solene.

No primeiro dia está prevista uma única votação, na qual não se espera que alguém obtenha a maioria de dois terços necessária - ao menos 89 votos - para proclamar o 267º pontífice.

Se não houver fumaça branca nesta quarta-feira, os cardeais votarão quatro vezes a partir de quinta-feira: duas pela manhã e duas à tarde.

A Capela Sistina não será um espaço para discursos, debates e negociações que levem a um nome de consenso entre os "bergoglistas", devotos de Jorge Bergoglio, e a ala mais conservadora que criticou muito seu pontificado reformista voltado para os mais pobres.

As conversas acontecerão durante as refeições ou reuniões na residência Santa Marta e outros aposentos vaticanos, onde os cardeais permanecerão isolados, sem acesso à internet, celular, televisão ou à imprensa.

As eleições de Bento XVI e Francisco levaram dois dias. A maioria dos cardeais acredita que o atual conclave deve durar no máximo três, enquanto os mais pessimistas acreditam em cinco dias de votações.

Os participantes juram manter em sigilo os detalhes de todo o processo.

Francisco criou 80% dos cardeais que participam do conclave, o maior e mais internacional da história, com prelados de 70 territórios.

"Extra omnes"
Dentro da Capela Sistina, o italiano Pietro Parolin - o cardeal eleitor mais antigo, segundo a ordem de precedência - liderará os cardeais na invocação latina do Espírito Santo: "Veni, Creator Spiritus".

Além de manter segredo, os cardeais se comprometem a "servir fielmente" como papa em caso de eleição.

E com o grito de "extra omnes" (todos fora), as portas se fecham e começa a votação.

Cada cardeal escreve o nome de seu candidato, dobra a cédula e a coloca em um prato de prata, que é usado para depositar o papel em uma urna localizada diante do Juízo Final.

As cédulas são queimadas em um fogão: caso os dois terços não sejam alcançados, um produto químico é adicionado para que a fumaça saia preta; quando o papa é eleito, a fumaça é branca.

Parolin está entre os favoritos para suceder Francisco, de quem foi secretário de Estado por 12 anos.

O jornal Il Messaggero inclui também no "grupo de papáveis" o italiano Pierbattista Pizzaballa, o húngaro Peter Erdo, o cingalês Malcolm Ranjith e o espanhol Ángel Fernández Artime.

Os cardeais se reuniram quase diariamente desde o falecimento de Francisco em 21 de abril para se conhecerem e para discutir temas cruciais para a Igreja, como as finanças do Vaticano, o escândalo dos abusos sexuais, a unidade da instituição e o perfil do próximo papa.

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