Conclave: quem são os cardeais que usam preto durante a escolha do novo Papa?
Dois clérigos indianos e um iraquiano chamaram a atenção durante o juramento desta quarta por não estarem vestidos com as tradicionais batinas vermelho e branco
Um detalhe nas vestes de alguns cardeais chamou a atenção durante o início do conclave papal nesta quarta-feira (7). Isso porque, no juramento feito pelos religiosos antes da reclusão na Capela Sistina, no Vaticano, três clérigos estavam vestidos com batinas na cor preta. O código de vestimenta se difere da maioria dos votantes, que usam o famoso traje vermelho e branco. Isso se deve, porque, em algumas partes do mundo, os ritos católicos acontecem de forma diferente.
Entre eles, está o indiano Baselios Cleemis Thottunkal, da Igreja Católica Siro-Malancar, localizada na Costa do Malabar, na Índia. O asiático chegou a participar do conclave de 2013, responsável por eleger o Papa Francisco.
A peça usada por ele se difere da roupa dos outros cardeais pelo fato de Thottunkal seguir a Igreja de Rito Oriental, também conhecida como Católicas Orientais. Essa linha da religião mantêm os próprios ritos litúrgicos, com tradições e teologias particulares que remontam à época anterior à divisão do Cristiano, a chamada Grande Cisma, em 1054.
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Desse modo, trata-se de igrejas autônomas, com organização e hierarquia próprias. Além disso, elas são lideradas por um Patriarca, Arcebispo Maior ou Metropolita, o qual governa com o auxílio um Sínodo de Bispos, isto é, uma reunião de bispos, convocada pelo Papa com o intuito de aconselhar o Pontífice sobre questões importantes dentro da Igreja.
Os outros dois cardeais que também usaram batinas pretas são o iraquiano Louis Raphael Sako e o indiano George Jacob Koovakad. Os dois são membros da Igreja Caldeia.
Segundo a agência oficial de notícias do Vaticano, a Igreja Católica Assírio-caldeia conta com aproximadamente 1 milhão de fiéis. Essa é, historicamente, a comunidade cristã mais numerosa do Iraque. Em 2010, eram 250 mil fiéis no país.
Os assírio-caldeus, por sua vez, descendem do povo assírio, antigos habitantes da Mesopotâmia há 6.700 anos, sob o comando da capital Nínive. A liturgia caldeia é originária do século V

