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Condomínio, clube e chácaras: Compesa identifica desvio de 10,3 milhões de litros de água em Caruaru

Volume, segundo a empresa, seria suficiente para abastecer mais de mil residências em um mês

Um dos alvos foi um condomínio de alto padrão, onde foi constatado que 70 imóveis em construção desviavam 1,5 milhão de litros de água por mêsUm dos alvos foi um condomínio de alto padrão, onde foi constatado que 70 imóveis em construção desviavam 1,5 milhão de litros de água por mês - Foto: Compesa/Divulgação

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) identificou, na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, 132 ligações clandestinas em condomínio de alto padrão, clube, haras, chácaras e até supermercado, que desviavam 10,3 milhões de litros de água por mês.

O volume, segundo a empresa, seria suficiente para abastecer mais de mil residências no período. Quatro pessoas foram presas durante a fiscalização, que durou cinco dias.

A fiscalização ocorreu durante uma operação policial de combate ao furto de água nos bairros Cidade Alta, Sítio Torres/Rendeiras, Universitário, Loteamento Juriti e nas comunidades de Lajes, Jacaré, Umburana, Gonçalves Ferreira e Taquara.

Um dos alvos foi um condomínio de alto padrão, onde foi constatado que 70 imóveis em construção desviavam 1,5 milhão de litros de água por mês há cerca de três anos.

A fraude no local prejudicava os bairros Amilson Afonso e Fernando Lyra.

Contra o condomínio, foram aplicadas multas de R$ 151.905,60, além de protesto cartorial, com restrição por inadimplência.

Das quatro prisões, duas ocorreram por decorrência de desvios de água que afetavam diretamente a localidade de Gonçalves Ferreira, que está em processo de regularização da vazão total de 8 litros por segundo.

As outras duas prisões ocorreram nos bairros Sítio Torres/Rendeiras e Cidade Alta. Nessa última, a equipe flagrou a água sendo desviada para abastecer um clube com piscina.

Na comunidade do Sítio Torres, os desvios aconteciam em um supermercado, um haras e 15 chácaras.

No supermercado, foi feita uma adulteração no hidrômetro, que provocava menor consumo e maior desvio de água.

"A localidade estava com um novo sistema de abastecimento, inaugurado em fevereiro, onde foram investidos R$ 410 mil. Pouco tempo depois da entrega, os moradores começaram a reportar falta de água, o que levantou suspeitas da companhia", afirmou a Compesa.

Ao todo, a Compesa informou que foi feita a varredura em mais de 1.260 metros de tubulações durante a operação, que contou com o apoio das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Fazenda, Vigilância Sanitária, Neoenergia e Instituto de Criminalística.

As fiscalizações foram motivadas pelo monitoramento da empresa e índice de reclamações por falta de água, incluindo denúncias anônimas, que podem ser feitas nos canais de comunicação, como site www.compesa.com.br, ouvidoria, e aplicativo da Compesa.

A empresa reforça que desviar água em ligações clandestinas é infração do código penal, previstas no artigo 155 (furto) e artigo 265 (atentado ao funcionamento do serviço público de abastecimento de água). As penas previstas são de um a cinco anos de reclusão e multas, que podem variar entre R$ 5 mil a R$ 50 mil.

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