Dom, 21 de Dezembro

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SEGURANÇA

Dono de construtora morto em SP: saiba como evitar clonagem de controle de portão

Criminosos aproveitaram fragilidade do sistema para invadir casa de Francisco Paulo de Sebe Felippo, na última quarta-feira

Portões eletrônicos exigem cuidados de segurança Portões eletrônicos exigem cuidados de segurança  - Foto: Drazen Zigic/Freepick/Reprodução

A morte do engenheiro Francisco Paulo de Sebe Filippo, na última quarta-feira, demonstrou a fragilidade dos sistemas que utilizam controles remotos para abertura de portões. Na ocasião, os criminosos haviam usado deste artifício para invadir a residência do empresário de 58 anos e, apesar de não encontrarem resistência, o assassinaram. De acordo com especialistas em segurança, o item, assim como qualquer aparato tecnológico, precisa de cuidados específicos para evitar riscos de clonagem.

Como ocorre a clonagem?
Segundo a Nice, empresa especializada em automação de casas, a clonagem é feita por dispositivos de radiofrequência capazes de interceptar os dados de qualquer controle remoto em uso e, depois, replicar o mesmo sinal. É impossível detectar quem está recebendo os sinais. Por isso, qualquer pessoa que esteja no alcance do sinal transmitido — cerca de 100 metros — pode interceptá-lo.

No entanto, o uso de códigos diferentes a cada transmissão pode dificultar o roubo de dados, ao fazer com que o sinal se torne inválido após o primeiro uso do controle, diminuindo a possibilidade de invasões.
 

Especialistas da Nice alertam sobre a importância de compreender que o controle remoto sozinho não garante segurança total, já que existem centrais de controle de motor — placa responsável pela automação do portão — que funcionam com qualquer controle remoto do mercado, ignorando a parte criptografada dos dados e lendo somente o código aberto — ou seja, sem criptografia.

Saiba como evitar
Ao Globo, o CEO da Aster Sistemas de Segurança, Antônio Fábio Fragoso, afirma que a primeira medida a ser tomada pelo usuário é contatar o fornecedor do portão adquirido para saber se o equipamento utiliza tecnologia anticlonagem, como os sistemas com códigos rotativos, ou não. Muitos portões, especialmente os mais antigos, operam ainda com códigos fixos ou de variação limitada, o que facilita a clonagem feita por criminosos.

Garantir que o controle remoto fique em um lugar seguro e evitar emprestá-lo a outras pessoas também são medidas essenciais para preservar sua segurança, uma vez que há equipamentos capazes de capturar e clonar o sinal do aparelho no momento em que ele é acionado.

Além disso, é essencial redobrar a atenção caso existam obras ou imóveis abandonados próximos à residência. Muitas invasões ocorrem a partir desses locais, após criminosos conseguirem observar a rotina dos moradores e atuarem para roubar suas informações.

Ainda segundo Fragoso, é preciso estar atento à maneira como se deixa o controle do portão dentro do carro, em estacionamentos ou nas mãos de manobristas, especialmente se o documento do veículo (com endereço) estiver no porta-luvas.

Recomenda-se também utilizar uma trava mecânica, como um cadeado, para redobrar a segurança do portão veicular quando todos os integrantes da família já estiverem em casa. Dessa forma, mesmo que alguém consiga clonar o controle, a trava funcionará como uma barreira adicional de segurança.

Morte do empresário
O assassinato de Francisco Paulo de Sebe Filippo segue sob investigação dos departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Estadual de Investigações Criminais (DEIC). A polícia suspeita que o crime pode estar relacionados a outras invasões de casas de alto padrão na cidade de São Paulo.

Os criminosos clonaram o controle remoto do portão e utilizaram um HB20 para entrar na residência do empresário, que vivia no bairro Jardim Paulista. Francisco tomou um tiro na nuca e foi encontrado morto pela esposa e o filho de 5 anos, que chegaram à casa minutos depois da fuga da quadrilha.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte). Dois celulares foram apreendidos no local, exames periciais foram requisitados e diligências estão em andamento para identificar os autores e esclarecer os fatos.

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