Dos 252 cardeais, apenas 135 têm direito a voto; entenda as regras do conclave
Para Francisco nomeou 80% dos 135 cardeais aptos a votarem no conclave
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, evocará um dos processos mais tradicionais da Igreja Católica Apostólica Romana: o conclave, método de escolha de um novo sacerdote para a posição. Nele, os cardeais, que atuam como colaboradores do Papa na condução da Igreja, têm a missão de eleger seu sucessor. Do total de 252 cardeais, 135 são votantes e elegíveis — aqueles que têm mais de 80 anos não são aptos a votar.
O que é o conclave?
O conclave é a reunião de cardeais eleitores da Igreja Católica para escolher um novo Papa. Ele deve iniciar-se de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Papa, a fim de esperar a chegada de todos os cardeais eleitores. Esses cardeais votam e podem ser votados, mas não podem votar em si mesmos. Têm direito a voto os cardeais com menos de 80 anos até a data da morte do Papa Francisco. Para ser eleito, são necessários 2/3 dos votos dos cardeais com direito a voto.
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A manhã do primeiro dia do Conclave é marcada por uma grande solenidade na Basílica de São Pedro. Lá, acontece a missa “Pro Eligendo Papa”, que marca o início do processo eleitoral. Os cardeais depois voltam para a Casa Santa Marta. Depois, podem ir ou não para a Capela Sistina, onde a primeira rodada de votação poderá acontecer ainda neste primeiro dia.
Papa Francisco nomeou 80% dos 135 cardeais eleitores
Nos últimos 12 anos, o Sumo Pontífice argentino nomeou 80% dos 135 cardeais aptos a votarem no conclave que agora elegerá o novo chefe da Igreja Católica. Esse movimento, embora não garanta, aumenta a possibilidade de que a próxima liderança papal irá compartilhar da visão de uma Igreja mais progressista e inclusiva.
Comprometido com uma Igreja descentralizada e de base, Jorge Bergoglio procurou promover o clero dos países em desenvolvimento para os postos mais altos da instituição. Desde sua eleição em 2013, o Pontífice realizou dez consistórios ordinários, nos quais deu atenção a dioceses remotas no que chamava de "periferias", mesmo em lugares onde os católicos são minoria, rompendo com o costume de destacar sistematicamente arcebispos de grandes dioceses, como Milão ou Paris.
Em dezembro, foram elevados 21 prelados dos cinco continentes à categoria de cardeais, incluindo o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler. Também da América Latina, foram nomeados o peruano Carlos Gustavo Castillo Mattasoglio, arcebispo de Lima desde 2019; o franciscano equatoriano Luis Gerardo Cabrera Herrera, arcebispo de Guayaquil; o chileno Fernando Natalio Chomalí Garib, arcebispo de Santiago; e o argentino Vicente Bokalic Iglic, arcebispo de Santiago del Estero, cidade no interior do país, que fica a mais de mil quilômetros da capital Buenos Aires.

