Elevadores: veja como identificar problemas no equipamento e confira dicas de segurança
Após três acidentes envolvendo elevadores no Rio em menos de 24h especialistas falam sobre como se prevenir
Com maior ou menor intensidade, quase todo mundo já experimentou, pelo menos uma vez, certo receito ao usar um elevador.
Os temores e questionamentos quanto ao meio de transporte, considerado seguro por especialistas, ganharam impulso esta semana diante de três casos ocorridos num intervalo de cerca de 24 horas, entre domingo e anteontem.
No hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte da cidade, um paciente permaneceu 16 minutos num elevador que parou entre os andares e morreu após o resgate.
Na manhã de segunda-feira, uma mulher ficou ferida quando um elevador da secretaria estadual de Fazenda bateu no teto do edifício. Já na tarde de segunda, um homem morreu, em Copacabana, na Zona Sul, após a queda de um equipamento em um prédio residencial.
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Para Diego Sarzedas, consultor técnico da Schmersal, empresa fornecedora de sistemas de segurança para a indústria, é importante estar atento a três sinais bastante evidentes de que o elevador — seja do prédio residencial ou comercial — precisa de manutenção urgente:
Desnível entre o elevador e andar
Trepidação durante o uso
Ruídos incomuns
Ao notar qualquer um desses fatores, o melhor é procurar o síndico ou administrador do edifício e cobrar o estado de manutenção do equipamento.
— Isso é fundamental. A manutenção precisa ser preventiva, constante, mensal. Caso isso não aconteça é importante que os usuários estejam atentos a esses três sinais e cobrem que algo seja feito. Isso pode evitar acidentes graves — disse Sarzedas.
Os três casos registrados esta semana já entraram para a estatística do Corpo de Bombeiros que registrou 1.656 ocorrências em elevadores no estado este ano, até ontem — uma média de 18 casos por dia. Desses, 1.342 só na capital. O número é 14% maior que o registrado no mesmo período do ano passado: 1.451, dos quais 1.196 na cidade do Rio. Durante todo o ano de 2022 foram 2.200 casos, contra 1.746 em 2021 e 1.802 em 2020.
— É importante frisar que mais de 90% desses casos as vítimas são resgatas bem, lúcidas. A grande maioria dos casos são apenas de interrupção do funcionamento quando as pessoas ficam retidas dentro da cabine por um tempo aguardando o socorro — diz o major Fábio Contreiras, porta-voz dos bombeiros.
O major Contreiras dá algumas dicas de segurança em elevadores:
Respeitar sempre os limites de peso e número de ocupantes máximos no elevador. O uso incorreto pode não causar problemas imediatos, mas ir aos poucos criando as condições para defeitos futuros,
Atenção para ter certeza de que os elevadores se encontram no andar correto quando a porta se abre. Não é à toa que existem avisos com essa indicação. Apesar de parecer óbvia a informação é importante ainda mais em tempos de distração extra por conta dos celulares. É preciso especial atenção também com crianças e pets.
Evitar brincadeiras como pular e se balançar durante o uso do equipamento. Orientar as crianças nesse sentido é uma boa prática.
Não usar o elevador caso note alguma instabilidade no fornecimento de energia elétrica.
Em caso de pane, não tentar sair por conta própria. A melhor opção é sempre esperar pelo socorro de um profissional.
Manter a calma: os elevadores possuem entradas de ar que garantem o fornecimento de oxigênio até que o socorro venha.