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Em 2005, facção do RJ também executou criminosos que mataram cinco pessoas ao incendiar ônibus

Entre as vítimas fatais, estava um bebê de apenas 1 ano; prática de 'julgamentos' feitos por traficantes do maior grupo criminoso em ação no estado é antiga

Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Soares de Almeida são apontados como dois dos quatro envolvidos nas mortes de médicos na Barra da TijucaPhilip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Soares de Almeida são apontados como dois dos quatro envolvidos nas mortes de médicos na Barra da Tijuca - Foto: Reprodução

Após três médicos terem sido assassinados na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, os corpos de quatro traficantes suspeitos da execução foram encontrados em carros deixados no entorno da Gardênia Azul, na mesma região da cidade. A morte deles teria sido decidida pela facção à qual pertenciam, a maior em ação no estado. Esse "julgamento" é prática antiga desse grupo criminoso: há 18 anos, após incêndio no ônibus da linha 350 (que, à época, fazia o trajeto Irajá—Passeio) que deixou cinco mortos e 16 feridos, quatro criminosos tiveram o mesmo fim. Seus corpos foram encontrados num carro, em Brás de Pina, na Zona Norte.

O incêndio no ônibus ocorreu em 29 de novembro de 2005, no bairro da Penha, também na Zona Norte. Entre as vítimas fatais da barbárie, um bebê de anos 1 anos. O crime chocou a opinião pública.

O coletivo foi interceptado na esquina das ruas Irapuá e Guaporé, após o motorista parar, um bandido com uma garrafa plástica nas mãos pulou a roleta e jogou combustível no corredor e nos passageiros.

Outro criminoso retirou o motorista do veículo, a porta traseira foi fechada, para impedir que as pessoas saíssem do ônibus. Algumas delas conseguiram escapar e correram pela rua com os corpos em chamas.

À época, a Polícia Militar atribuiu o crime a traficantes da Favela Pára-Pedro. A ação será uma reação à morte de um bandido durante uma troca de tiros com policiais. Dois dias depois, os corpos dos quatro bandidos foram encontrados no carro abandonado perto do Viaduto da Penha.

Crime na Barra da Tijuca
De acordo com a polícia, os quatro traficantes que executaram três médicos num quiosque na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, estariam numa disputa com milicianos e teriam confundido o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida, de 33 anos, com o rival Taillon de Alcântara Pereira. Dois dos criminosos foram identificados pela polícia como Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Soares de Almeida.

Além de Perseu, foram também executados Diego Ralf Bomfim, 35 anos — irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) —, e Marcos de Andrade Corsato, de 62. Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, segue internado num hospital particular. Ele teria sido atingido por 14 disparos.

O grupo estava hospedado no Hotel Windsor, do outro lado da rua, onde participariam de um congresso. Por volta de 1h, um carro branco parou sobre a faixa de pedestres e, enquanto um homem permaneceu ao volante, outros três desceram, armados, e dispararam ao menos 33 tiros com pistolas 9mm.

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