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Educação

Estudantes da UFPE apontam problemas no semestre letivo suplementar

Após cinco meses de atividades suspensas, nesta segunda-feira (24), a comunidade acadêmica recebeu as boas-vindas para as aulas que serão ministradas virtualmente

Campus Recife da UFPECampus Recife da UFPE - Foto: Divulgação/UFPE

Mal começou e o semestre letivo suplementar 2020.3 da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com disciplinas ministradas virtualmente, está gerando uma série de reclamações dos estudantes. Nesta segunda-feira (24), a comunidade acadêmica recebeu as boas-vindas por meio de três encontros virtuais voltados para os campi Recife, Caruaru e Vitória. As atividades estavam suspensas há cinco meses devido à pandemia do novo coronavírus. No entanto, são vários os problemas apontados pelos alunos neste retorno. Desde dificuldade para conseguir vaga em disciplina até a falta de aparelhos eletrônicos e internet para acompanhar as aulas.

Para Laís Catarine, 23 anos, aluna do sexto período de psicologia, o semestre letivo suplementar é excludente. Ela faz parte do grupo de milhares de estudantes que não têm recursos tecnológicos para acompanhar as atividades remotas. Cotista por ser estudante de escola pública, Laís lamenta não ter sido contemplada no projeto para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, para fornecer plano de dados móveis e aparelhos eletrônicos. “A gente repensa se nosso lugar é ali mesmo. Já tem sido um processo desgastante esse contexto pandêmico e se ver lutando para participar de algo torna tudo mais difícil”, comenta.

Cursando o terceiro período de Engenharia de Energia, Anny Beatriz Simões Freitas, de 19 anos, não conseguiu vaga em todas as disciplinas que desejava. Das cinco que se inscreveu entrou em apenas uma. “Um dos objetivos do 2020.3 seria diminuir a quantidade de pessoas nas turmas quando as aulas presenciais voltarem, mas os professores não deveriam escolher ofertar ou não a disciplina remota. Como não tinha a todas as cadeiras disponíveis as pessoas correram para as cadeiras ofertadas”, avalia Anny. A matrícula dos alunos e a participação dos professores no ensino remoto é facultativa.

Problema semelhante passou Luiz Souza, 20, estudante do terceiro período de licenciatura em Geografia. Na primeira matrícula ele colocou quatro cadeiras de educação, mas recebeu um aviso que não havia vagas. “Queria adiantar meu período e recuperar o tempo perdido, mas simplesmente não poderei. Não temos nenhuma orientação acerca desse problema. Pior de tudo é que as aulas já começaram e o destino de alguns alunos ainda é incerto, pois até agora não temos a confirmação das cadeiras”, lamenta.

Segundo a UFPE, a adesão ao semestre complementar foi massiva, com mais de 25 mil estudantes matriculados, 2.259 disciplinas oferecidas e 1.906 docentes engajados. A assessoria de imprensa afirmou que no período de complemento de matrícula, os estudantes puderam optar por outras vagas disponíveis em várias disciplinas. Além disso, foram abertas novas vagas onde foi possível a ampliação da oferta. Temos mais de 25.300 estudantes matriculados em, no mínimo, uma disciplina neste semestre letivo suplementar.

Ainda segundo a assessoria, os tablets começaram a ser entregues na última sexta-feira (21), enquanto que as bolsas começaram a ser pagas ontem. A entrega dos tablets e do auxílio está sendo feita por ordem de classificação do edital de inclusão digital de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Dos 1.766 aprovados no edital, 1.508 serão contemplados até esta quarta-feira (26).

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