Sex, 05 de Dezembro

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Governo do Líbano tem nova reunião sobre desarmamento do Hezbollah

Os quatro ministros xiitas presentes à reunião se retiraram antes do fim da sessão para protestar

Soldados libaneses observam enquanto apoiadores do grupo militante Hezbollah bloqueiam as ruas com pneus em chamas Soldados libaneses observam enquanto apoiadores do grupo militante Hezbollah bloqueiam as ruas com pneus em chamas  - Foto por IBRAHIM AMRO / AFP

O governo libanês voltou a se reunir nesta quinta-feira (7) para tratar da complexa questão do desarmamento do Hezbollah, um dia após a rejeição, por parte do movimento xiita, da decisão de confiscar suas armas.

Sob pressão dos Estados Unidos e diante do temor de uma intensificação dos ataques israelenses no Líbano, o governo realizou um primeiro encontro sobre o tema na terça-feira e encarregou o Exército de preparar um plano para privar o grupo apoiado pelo Irã de armamento antes do fim do ano.

A sessão desta quinta-feira foi dedicada a examinar um memorando apresentado pelo enviado dos Estados Unidos, Tom Barrack, que inclui um cronograma para que o Hezbollah deponha as armas.

Segundo o ministro da Informação do Líbano, Paul Morcos, o governo aprovou a introdução do texto americano, mas sem discutir prazos específicos.

O emissário americano elogiou nesta quinta-feira o Líbano por sua decisão "histórica, ousada e justa".

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, também parabenizou Beirute por sua "decisão valente e histórica", que, em sua visão, permitirá ao país "avançar rumo à plena soberania".

Os quatro ministros xiitas presentes à reunião — dois deles ligados ao Hezbollah, um ao movimento Amal, seu aliado, e um independente — se retiraram antes do fim da sessão para protestar contra a decisão de desarmar o movimento, segundo a emissora do grupo, Al-Manar.

A decisão de um desarmamento não tem precedentes desde o fim da guerra civil, há mais de trinta anos. O Hezbollah é o único movimento que não depôs as armas.

O governo afirma agir no marco da aplicação do cessar-fogo acordado sob mediação dos Estados Unidos, que pôs fim, em 27 de novembro, à guerra entre Hezbollah e Israel.

Em resposta à decisão de desarmá-lo, o Hezbollah, militar e politicamente enfraquecido pelo conflito, acusou o governo de cometer um "pecado grave" e afirmou que ignorará a medida.

Apesar do cessar-fogo, Israel continua realizando ataques e bombardeios no Líbano, alegando que seu alvo é o movimento islamista.

O país também mantém várias posições ocupadas no sul do território libanês e ameaçou intensificar suas operações militares caso o grupo não seja desarmado.

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