Hobbies criativos mantêm o cérebro jovem, revela estudo; veja quais são os melhores
Música, dança e videogames podem fortalecer as redes cerebrais que enfraquecem com a idade
Atividades criativas como música, dança, pintura e até mesmo jogos eletrônicos podem ajudar a manter o cérebro biologicamente "mais jovem", de acordo com um grande estudo internacional publicado na revista científica Nature Communications.
Mesmo breves períodos de atividade criativa, como algumas semanas jogando videogames de estratégia, apresentaram benefícios notáveis.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores de 13 países analisaram dados cerebrais de mais de 1.400 adultos de todas as idades ao redor do mundo. Eles coletaram dados cerebrais de pessoas com experiência avançada em tango, música, artes visuais e jogos de estratégia, mas também recrutaram pessoas sem experiência para fins de comparação.
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Além disso, um terceiro grupo de iniciantes passou por um treinamento de curta duração em StarCraft II, um videogame de estratégia, para que os pesquisadores pudessem observar como o aprendizado de uma nova habilidade criativa afeta o cérebro em apenas algumas semanas.
Todos os participantes foram submetidos a exames cerebrais de eletroencefalograma e magnetoencefalografia, cujos dados foram inseridos em modelos de aprendizado de máquina para estimar a "idade cerebral", ou relógios cerebrais, que calculam a idade aparente do cérebro em termos biológicos versus cronológicos.
Os pesquisadores então utilizaram modelos computacionais avançados para explorar por que a criatividade pode proteger o cérebro e descobriram que os hobbies ajudam a fortalecer as redes responsáveis pela coordenação, atenção, movimento e resolução de problemas, que podem enfraquecer com a idade.
Pessoas com anos de prática criativa apresentaram as maiores reduções na idade cerebral, mas mesmo iniciantes, observaram melhorias, com jogos de estratégia impulsionando os marcadores de idade cerebral após aproximadamente 30 horas de treinamento.
"Uma de nossas principais conclusões é que você não precisa ser um especialista para se beneficiar da criatividade", diz o médico Carlos Coronel, primeiro autor e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Saúde Cerebral Global do Trinity College Dublin e da Universidade Adolfo Ibáñez, em comunicado.
"De fato, descobrimos que os participantes se beneficiaram de breves sessões de treinamento com videogames."
Segundo os pesquisadores, esta foi a primeira evidência em larga escala a ligar diretamente múltiplas áreas criativas ao envelhecimento cerebral mais lento, embora pesquisas anteriores já tivessem relacionado a criatividade à melhora do humor e do bem-estar.
"A criatividade surge como um poderoso determinante da saúde cerebral, comparável ao exercício físico ou à dieta", afirma o médico Agustin Ibanez, do Trinity College Dublin, autor sênior do estudo.
"Nossos resultados abrem novos caminhos para intervenções baseadas na criatividade, visando proteger o cérebro contra o envelhecimento e doenças."
O estudo também mostrou que os relógios cerebrais, uma ferramenta relativamente nova que vem ganhando força na neurociência, podem ser usados para monitorar intervenções destinadas a melhorar a saúde cerebral.
No entanto, os pesquisadores alertaram que os resultados são preliminares e ressaltam que a maioria dos participantes eram adultos saudáveis, muitos subgrupos eram pequenos e o estudo não acompanhou os participantes a longo prazo para verificar se cérebros com aparência mais jovem realmente levam a um menor risco de demência ou a um melhor funcionamento diário.
Pessoas criativas geralmente têm outras vantagens, observaram os pesquisadores, como maior escolaridade, vida social ativa e melhor acesso às artes e atividades, e o estudo não conseguiu separar completamente esses fatores dos efeitos da própria criatividade. Nos próximos passos, os pesquisadores realizarão estudos mais abrangentes que incluam outras áreas criativas e relacionem medidas de idade cerebral a resultados no mundo real, como memória, habilidades de raciocínio e risco de doenças.

