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Investigação do Exército israelense sobre o ataque de 7 de outubro reconhece um "fracasso completo"

Autoridade militar disse que "as Forças de Defesa de Israel não conseguiram proteger os cidadãos israelenses"

Soldados israelenses operando na Faixa de GazaSoldados israelenses operando na Faixa de Gaza - Foto: Exército Israelense / AFP

Uma investigação israelense sobre o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, publicada nesta quinta-feira (27), reconhece um "fracasso completo" do exército em impedir o ataque, que deixou mais de 1.000 mortos em Israel, disse uma autoridade militar.

"O dia 7 de outubro foi um fracasso total, o Exército israelense falhou em sua missão de proteger os civis israelenses", disse a autoridade, falando sob condição de anonimato, por ocasião da publicação das principais conclusões da investigação.

"Naquele dia, muitos civis morreram se perguntando [...] onde estava o exército", acrescentou.

Segundo ele, "as Forças de Defesa de Israel não conseguiram proteger os cidadãos israelenses. A divisão encarregada de Gaza ficou sobrecarregada desde os primeiros momentos da guerra, quando os terroristas assumiram o controle e realizaram massacres nas comunidades e nas estradas da região", disse o exército no resumo do relatório entregue aos jornalistas.

O exército reconheceu o "excesso de confiança" e uma ideia equivocada sobre as capacidades militares do Hamas antes do ataque do movimento islamista palestino que desencadeou a guerra de Gaza, disse a autoridade militar.

A instrução, que inclui 77 investigações separadas sobre o que aconteceu em comunidades, bases militares e vários pontos de confronto na periferia de Gaza, deve ser apresentada às pessoas diretamente afetadas.

"Nem sequer imaginávamos uma situação assim", disse o militar à imprensa, acrescentando que os combatentes liderados pelo Hamas pegaram Israel de surpresa, não apenas devido ao tamanho e ao alcance do ataque, mas por sua "brutalidade".

A investigação do exército revelou que o ataque do grupo islamista ocorreu em três ondas sucessivas e que mais de 5 mil pessoas entraram em Israel procedentes da Faixa de Gaza naquele dia.

"A primeira onda (...) incluiu mais de 1.000 terroristas da Nukhba [força de elite do Hamas] que se infiltraram amparados por armamento pesado", disse um resumo da investigação.

O texto acrescenta que a segunda onda incluiu 2 mil milicianos e centenas na terceira onda, juntamente com vários milhares de civis.

"Ao todo, aproximadamente 5 mil terroristas se infiltraram no território israelense durante o ataque", segundo a investigação interna.

Em um vídeo divulgado pelo exército, o general Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior do Exército israelense, assumiu "total responsabilidade" pela falha encontrada pela investigação.

"A responsabilidade é minha. Eu era o comandante do exército em 7 de outubro e assumo total responsabilidade perante todos vocês" pelo que ocorreu, afirmou.

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