Sex, 05 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
MUNDO

Israel aprova importante plano de colonização na Cisjordânia ocupada

Cerca de três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia junto com aproximadamente 500.000 israelenses estabelecidos em colônias que a ONU considera ilegais

Veículos do exército israelense são mobilizados durante um ataque ao campo de refugiados palestinos de Askar, a leste da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupadaVeículos do exército israelense são mobilizados durante um ataque ao campo de refugiados palestinos de Askar, a leste da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada - Foto: Jaafar Ashtiyeh / AFP

Israel aprovou, nesta quarta-feira (20), um projeto-chave para a construção de 3.400 casas na Cisjordânia ocupada que, segundo seus críticos, dividiria este território palestino em dois e impediria a criação de um eventual Estado com continuidade territorial.

"Tenho o prazer de anunciar que há apenas uma hora a administração civil aprovou o planejamento para a construção do bairro E1", anunciou em um comunicado Guy Yifrah, prefeito da colônia israelense de Ma'ale Adumim, ao leste de Jerusalém.

A possível aprovação deste emblemático e controverso projeto gerou, na semana passada, uma forte oposição internacional. A ONU e a União Europeia instaram Israel a desistir de sua construção.

O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, de extrema direita, pediu na última quinta-feira para acelerar sua implementação e anexar a Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, em resposta aos anúncios de vários países sobre sua intenção de reconhecer um Estado palestino.

A ONG israelense Paz Agora, contrária à colonização, alertou contra um "plano fatal para o futuro de Israel e para qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados" para o conflito israelense-palestino.

Cerca de três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia junto com aproximadamente 500.000 israelenses estabelecidos em colônias que a ONU considera ilegais segundo o direito internacional.

A colonização da Cisjordânia, na fronteira com a Jordânia, se manteve sob todos os governos israelenses, tanto de esquerda como de direita, desde 1967. E se intensificou sob o mandato atual, sobretudo desde o início da guerra em Gaza desencadeada em 7 de outubro de 2023, após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel.

Os confrontos, por vezes mortais, entre populações palestinas locais, o exército e colonos judeus se multiplicaram na região.

As autoridades israelenses restringem fortemente os deslocamentos de palestinos da Cisjordânia, que dependem de permissões para atravessar os controles e entrar em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, ou no próprio território israelense.

Veja também

Newsletter