Dom, 07 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
espionagem

Israel usou software espião Pegasus contra ativistas palestinos, diz ONG

Grupo NSO, em Herzliya, perto de Tel AvivGrupo NSO, em Herzliya, perto de Tel Aviv - Foto: Jack Guez / AFP

As autoridades israelenses conseguiram infiltrar o software Pegasus, desenvolvido pelo grupo NSO, nos smartphones de seis ativistas palestinos, um deles de nacionalidade americana, e o outro, francês - informou a ONG de defesa dos direitos humanos Al Haq, nesta segunda-feira (8).

Em 22 de outubro, o Ministério israelense da Defesa anunciou que incluiu seis ONGs palestinas, entre elas Al Haq, Addameer e Bisan, em sua lista negativa. Elas são acusadas de terem vínculos com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), considerada "terrorista" pelo Estado judeu, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). 
 

Nesse contexto, o grupo Al Haq, um dos mais proeminentes nos Territórios Palestinos, encarregou o europeu Frontline Defenders de analisar os celulares de 75 membros das seis ONGs para verificar se foram "infectados" com o Pegasus.

Após consultar o Citizen Lab, da Universidade de Toronto (Canadá), e a célula digital da Anistia Internacional (AI), a organização Frontline Defenders divulgou hoje um relatório, informando que apenas seis dos smartphones foram infiltrados com este software. 

Entre os aparelhos espionados, estão o de Salah Hamuri, um advogado franco-palestino da ONG Addameer. Recentemente, Israel retirou-lhe seu "status" de residente permanente em Jerusalém para abrir caminho para sua deportação, assim como o do americano Ubai al Abudi, diretor do Bisan. 

Em uma declaração em separado, a AI confirmou a informação fornecida pela Frontline Defenders, afirmando que telefones celulares foram hackeados "antes" de o governo israelense classificar as seis ONGs como "terroristas". 

Ao serem consultadas, as autoridades israelenses se recusaram a comentar o assunto no momento.

Na semana passada, o governo americano também colocou o grupo israelense NSO em sua lista negativa de empresas que ameaçam a segurança nacional. O motivo foi o mesmo: o Pegasus, um software que pode "hackear" mensagens, fotos, contatos e ativar os microfones do celular remotamente.

Veja também

Newsletter