Juíza que anulou ordem de prisão contra Evo Morales é presa na Bolívia
Embora sua decisão tenha sido posteriormente revertida, Lilian Moreno ainda enfrenta investigações disciplinares e processos
A juíza boliviana Lilian Moreno, que na semana passada aceitou um habeas corpus anulando a imputação e o mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales (2006-2019), foi detida pela polícia da Bolívia na manhã desta segunda-feira. Moreno foi presa na cidade de Santa Cruz de la Sierra por ordem de Fernando Espinoza, promotor da Promotoria Especializada em Anticorrupção, Legitimação de Ganhos Ilícitos e Crimes Tributários e Aduaneiros de La Paz.
Embora sua decisão tenha sido posteriormente revertida por um juiz – e as acusações contra o ex-presidente, investigado por tráfico de menor, tenham sido restabelecidas –, ela ainda enfrenta investigações disciplinares e processos por prevaricação e desobediência a decisões constitucionais.
À imprensa, o procurador-geral da Bolívia, Roger Mariaca, afirmou ainda na manhã desta segunda-feira que os policiais cumpriram a ordem de prisão “com uma resolução fundamentada”.
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O ex-presidente está há mais de 200 dias sem sair de seu reduto político e sindical na região cocalera da Bolívia, temendo ser preso pela polícia. Sua situação jurídica se agravou em setembro do ano passado, quando, após uma marcha de sete dias contra o governo, denunciou que haviam sido abertos 12 processos penais contra ele. Um deles dizia respeito a uma denúncia de 2016 que o acusava de ter engravidado uma adolescente.
Essa investigação começou durante o governo interino de Jeanine Áñez e foi arquivada assim que o presidente Luis Arce assumiu o poder no fim de 2020. No entanto, em setembro de 2024, em meio à intensa disputa entre Morales e Arce pelo controle do Movimento ao Socialismo (MAS), veio a público que o Ministério Público havia reaberto o caso e emitido um mandado de prisão contra o líder cocalero.

