Justiça dos EUA abre processo contra o chefe da gangue equatoriana Los Choneros, foragido desde 2024
José Adolfo Macías Villamar, o "Fito", foi apontado como o líder de uma "rede de assassinos e traficantes de drogas e armas" e tem recompensa de US$ 1 milhão por sua captura
A Justiça dos EUA abriu um processo contra José Adolfo Macías Villamar, chefe de uma das mais violentas gangues do Equador, a Los Choneros, por acusações envolvendo o tráfico de cocaína para os EUA até o uso e contrabando de armas de fogo.
Villamar, também conhecido como “Fito”, está foragido desde janeiro de 2024, quando escapou de uma prisão equatoriana de segurança máxima.
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Em comunicado, o Departamento de Justiça afirma que “Fito” foi denunciado por conspiração para distribuição internacional de cocaína, distribuição internacional de cocaína, uso de armas de fogo para promover o tráfico de drogas, contrabando de armas de fogo dos Estados Unidos, e conspiração para compra de armas de fogo.
A denúncia ainda cita seu papel como líder da gangue Los Choneros, classificada como uma das gangues “mais violentas do Equador” e alvo de sanções americanas desde fevereiro de 2024.
O processo corre em um tribunal federal de Nova York.
“Conforme alegado, o réu era um líder implacável e traficante de drogas prolífico para uma organização criminosa transnacional violenta. Ao liderar a rede de assassinos e traficantes de drogas e armas dos Los Choneros e importar quantidades potencialmente letais de cocaína para os Estados Unidos, o réu causou grande dano ao seu próprio país e aos Estados Unidos, que era o destino da vasta maioria das remessas de cocaína dos Los Choneros”, declarou o procurador dos Estados Unidos Durham, em comunicado.
Os promotores afirmam que a organização criminosa atuou em parceria com o Cartel de Sinaloa, o mais poderoso do México, para controlar rotas internacionais de tráfico de entorpecentes, sendo que boa parte destinada aos EUA.
Fito, aponta a acusação, ordenou atos violentos — incluindo sequestros, assassinatos e tortura — contra agentes da lei, políticos, advogados e civis equatorianos, usando armas americanas obtidas através de um esquema que operava em solo americano.
O seu arsenal incluía “metralhadoras, rifles de assalto do tipo AK-47 e granadas”.
“Continuaremos a usar todas as ferramentas à nossa disposição, nos EUA e ao redor do mundo, para combater a violência, a distribuição de drogas e a venda e posse ilegais de armas de fogo para salvaguardar a segurança e o bem-estar de todos”, declarou L.C. Cheeks, agente especial da agência americana responsável pela fiscalização de substâncias controladas e armas de fogo, a ATF, citado no comunicado.
Segundo o Departamento de Justiça, ele poderá ser condenado a uma pena mínima de 10 anos de prisão caso seja considerado culpado das acusações, podendo chegar a prisão perpétua. Isso quando e se ele for capturado.
José Adolfo Macías Villamar, líder da gangue Los Choneros e um dos principais personagens da onda de violência iniciada nas prisões equatorianas e que se espalhou pelas ruas do país, cumpria desde 2011 uma pena de 34 anos por crimes como assalto, assassinato, associação para o tráfico, crime organizado, dentre outros itens de uma longa lista.
Ele assumiu o comando da organização criminosa em 2020, e passou a supervisionar as operações de transporte de drogas através do território equatoriano mesmo dentro da prisão, onde tinha algumas regalias, como acesso à internet, equipamentos eletrônicos e a bebidas alcoólicas, presentes em suas frequentes festas.
Em setembro de 2023, ele gravou um vídeo na prisão cercado por homens armados e se diriginso aos equatorianos.
Mas em janeiro de 2024, ele escapou da prisão La Regional, na cidade costeira de Guayaquil, sem deixar rastros.
O estado de exceção foi decretado no Equador por 60 dias para tentar controlar uma onda de violência, que incluiu a tomada de um estúdio de TV, enquanto o governo do presidente Daniel Noboa lançava uma grande operação para tentar capturá-lo, sem sucesso.
No mês passado, as autoridades do país anunciaram uma recompensa de US$ 1 milhão (R$ 5,65 milhões) por informações que levem à sua captura.

