Lipedema e obesidade: entenda a diferença entre as duas condições
Ainda que ambas causem o depósito de gorduras no corpo, são problemas diferentes
A presença de pernas e quadris mais grossos do que o restante do corpo, pelo grande acúmulo de gordura, pode ser o sinal de uma condição pouco conhecida no Brasil. Reconhecida como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) somente em 2022, a lipedema é uma doença vascular crônica, com causas genéticas.
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Sendo mais comum em mulheres, a doença atinge o grupo principalmente quando chegam à idade reprodutiva. Diferente da linfedema (inchaço em um braço ou uma perna causado por uma obstrução do sistema linfático), ela não atinge os pés.
“Pela falta de informação, a paciente passa a vida como uma ‘falsa magra’, isto é, magra da cintura para cima, mas com pernas grossas. Muitas vezes, acredita que esse é o padrão de corpo familiar, já que o lipedema realmente pode afetar várias mulheres da família, então não pensa que pode ser um problema”, destaca a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Comumente confundida com celulite, retenção de líquido ou até mesmo com o quadro de obesidade também é um outro motivo para pacientes demorarem a procurar ajuda médica.
Diferença entre lipedema e a obesidade
Embora ambas sejam doenças crônicas, o que distingue a lipedema da obesidade, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo é o fato da primeira ter áreas específicas de acúmulo de gordura, enquanto pessoas obesas tem essa distribuição de forma mais mais uniforme por todo o corpo.
Sintomas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, determinados estágios da vida são mais propícios ao seu desenvolvimento, como a puberdade, gravidez e menopausa, já que se trata de um problema que tem sua origem no sistema endócrino. A alimentação também é um fator de grande influência para sua evolução.
Os sintomas mais comuns ligados à condição são:
- Edemas (inchaços);
- Formação de hematomas frequentes;
- Cansaço;
- Desconforto estético;
- Dor nas regiões afetadas.
A evolução da doença apresenta quatro estágios. No primeiro deles, a superfície da pele é normal mas é possível notar o acúmulo de nódulos de gordura.
No segundo, é possível notar celulite e os nódulos aumentam. Na terceira e na quarta, a pele é significativamente mais flácida, com a presença de dobras levando ao comprometimento do sistema linfático.
Pessoas com esta doença são mais suscetíveis a lesionar as articulações e causar mau funcionamento dos membros inferiores a longo prazo.
“É muito importante destacar que o tratamento do lipedema não se restringe a cirurgia com lipoaspiração para retirada da gordura. Esse é apenas um dos pilares no controle da doença, que é realmente essencial em alguns estágios, melhorando muito a qualidade de vida da paciente”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Ainda, segundo a especialista, é indicada a utilização de meias de compressão e medicamentos receitados assim como deve ser aplicada uma mudança de hábitos. Aline pontua que devem ser adotados uma alimentação anti-inflamatória e a prática regular de atividade física.

