Irã: mãe de adolescente que ficou em coma após agressão de polícia moral é presa ao fazer protesto
Shahin Ahmadi foi detida após se manifestar contra restrições de visita ao hospital onde está a jovem
As autoridades iranianas prenderam a mãe de uma adolescente de 16 anos que havia sido vítima de um incidente com a polícia no metrô de Teerã e que se encontra em coma, segundo uma ONG de defesa dos direitos humanos.
Segundo a ONG de defesa dos direitos dos curdos do Irã, Hengaw, cuja sede está na Noruega, a adolescente Armita Garawand ficou gravemente ferida durante uma "agressão" de membros da polícia da moral, encarregados de obrigar as mulheres iranianas a usar o véu em público.
De acordo com a Hengaw, a adolescente, originária da cidade de Kermanshah (oeste), majoritariamente curda, mas que mora em Teerã, está internada no hospital Fajr, em uma unidade sob altas medidas de segurança.
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Shahin Ahmadi, mãe da jovem, foi presa pelas forças de segurança perto do hospital e levada a um local desconhecido.
A televisão privada Iran International TV, afirmou que a mãe da jovem foi presa após protestar contra as restrições de visita ao hospital.
Na segunda-feira, a agência de notícias oficial, Irna, afirmou que a jovem perdeu a consciência no domingo após uma queda no metrô e o diretor-geral desse sistema de transporte, Masood Dorosti, negou qualquer "desentendimento verbal ou físico" entre a adolescente "e passageiros ou empregados do metrô".
Na quarta-feira, Alemanha e Estados Unidos expressaram sua preocupação com o caso da adolescente iraniana em coma.
"No Irã, uma jovem volta a lutar por sua vida, apenas porque seu cabelo era visto no metrô. É intolerável", escreveu a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, no X, antigo Twitter.
Por sua vez, o enviado especial americano para o Irã, Abram Paley, afirmou na mesma rede que Washington estava "impactada e preocupada devido a informações de que a chamada polícia da moral iraniana agrediu" a jovem.

