Manifestantes fecham avenida no Recife e pedem doação de imóvel do INSS para fins habitacionais
INSS diz que prédio é usado como depósito de material de logística
Integrantes do Movimento de Lutas no Bairros, Vilas e Favelas (MLB) interditaram um trecho da Avenida Recife, no bairro de Areias, Zona Oeste da capital pernambucana, na manhã desta quinta-feira (25), em protesto para pedir a doação de um prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para fins habitacionais.
O ato aconteceu no cruzamento da Avenida Recife com a Avenida Tapajós.
O grupo ateou fogo em pneus e entulhos na reivindicação, encerrada por volta das 8h45, segundo a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU).
O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência e enviou uma viatura de combate a incêndio ao local.
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Os organizadores afirmaram ter reunido cerca de 200 pessoas no protesto, que teve como objetivo "denunciar o pedido de reintegração de posse feito pelo INSS contra as famílias".
Segundo o MLB, mais de 200 famílias ocupam desde 7 de setembro o imóvel, localizado no número 70 da Avenida Tapajós. O local foi batizado como "Ocupação Gregório Bezerra por Palestina" e, ainda de acordo com o movimento, estaria abandonado há 10 anos.
Os manifestantes citam a ameaça de despejo violento de centenas de mulheres, crianças e idosos que ocupam o prédio.
"Não vamos aceitar esse ataque, estaremos mobilizados contra o despejo, nossa luta é em defesa de um direito humano", reclamou o MLB, em publicação em sua página no Instagram.
Uma audiência de conciliação para tratar o caso está marcada para a próxima terça-feira (30), às 14h30, ainda de acordo com os organizadores da manifestação.
O que diz o INSS
Procurado pela reportagem da Folha de Pernambuco, o INSS se posicionou sobre o protesto por meio da assessoria de comunicação social da Superintendência Regional do Nordeste.
Em nota, o instituto destacou que tomou conhecimento da ocupação feita do imóvel da Avenida Tapajós.
Segundo o INSS, o prédio reivindicado pelo MLB é "operacional" e funciona como depósito de material de logística.
"A ocorrência foi registrada na Polícia Federal e o processo encaminhado para Procuradoria Especializada, para as medidas cabíveis, em especial, a reintegração de posse", afirma o comunicado do INSS.

