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MedioTec já é realidade em Pernambuco

Mais de 4,5 mil vagas foram ofertadas pelo programa para alunos do ensino médio também terem acesso a cursos técnicos

Estudante tem dupla jornadaEstudante tem dupla jornada - Foto: Brenda Alcântara

Com turmas iniciadas em agosto passado, os cursos ofertados pelo MedioTec viabilizaram inicialmente a abertura de 3,2 mil novas vagas só em Pernambuco, segundo o Ministério da Educação (MEC). Como o Estado é um dos que aplicam de maneira eficiente os recursos no setor, esse número chegou a 4.520, por meio de um investimento que ultrapassa R$ 31 milhões. Os aportes totais destinados ao programa são da ordem de R$ 700 milhões para todo o País.

Os alunos que participam do projeto têm entre 15 e 19 anos e estão cursando o 2º ano do ensino médio. Esses requisitos atendem à proposta do programa de ofertar cursos com entre um ano e meio e dois anos de duração, o que possibilita que os estudantes terminem o ensino básico de maneira simultânea à conclusão da formação técnica, saiam da escola com dois certificados e já estejam preparados para alguma área do mercado de trabalho.

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Em Pernambuco, o primeiro semestre do programa contou com vagas para 25 cursos disponibilizados em 66 escolas de 22 municípios, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Educação. As oportunidades contemplam diferentes áreas, como administração, agenciamento de viagem, agronegócio, automação industrial, dança, desenvolvimento de sistemas, edificações, eletroeletrônica, eventos, guia de turismo, hospedagem, informática, manutenção e suporte em informática, produção de áudio e vídeo, produção de moda, programação de jogos digitais, redes de computadores e segurança do trabalho.

A Escola Técnica Estadual (ETE) Miguel Batista, em Apipucos, na Zona Norte do Recife, por exemplo, conta os cursos de desenvolvimento de sistemas, design de interiores e comunicação visual para os alunos da casa, durante o dia. Pelo MedioTec, à noite, há comunicação visual e museologia. “Os alunos veem disciplinas como ilustração, história da arte e design. A carga horária é de 900 horas. É uma gama de disciplinas interessante, sempre aliando teoria e prática”, afirma a gestora da escola, Sheila Ramalho. “A oportunidade é gratificante e eu acho que única para os estudantes. Quando eles entram no ensino médio, eles só o concluem e vão para uma faculdade estudar, sem uma experiência. Mas, com um curso técnico integrado ao ensino médio, eles já saem profissionais”, explica.

A estudante Larissa Salvino, 16 anos, cursa o 2º ano do ensino médio semi-integral em outra escola, a Dom Vital, em Casa Amarela, também na Zona Norte. Nesse modelo, ela tem aulas de segunda a sexta, pela manhã, e duas vezes por semana, à tarde. Já nas noites de terças, quintas e sextas, tem se dedicado ao curso de comunicação visual na ETE Miguel Batista. “Foram na minha escola falar do MedioTec, achei interessante e consegui fazer aqui, porque a minha escola não tem essa disponibilidade de um curso técnico. Quando eu terminasse, eu ia ficar atrás de quem fez algum curso. Então, estou querendo me qualificar”, afirma a jovem, que, apesar do técnico em comunicação visual, pretende tentar o vestibular para algo diferente, provavelmente na área de saúde.
Mas, diferentemente de Larissa, muitos estudantes acabam se interessando em fazer um curso superior numa área similar à da formação técnica que tiveram. “Quem faz o técnico em comunicação visual, por exemplo, migra para design ou alguma área afim quando faz o superior. Eles veem a passagem pelo técnico como algo que agrega mais conhecimento. Do mesmo jeito que tem gente que volta também: faz o superior e vem fazer o técnico”, explica o professor Gilson Barros, que ministra disciplinas como ilustração e desenho artístico e avalia o MedioTec como uma iniciativa interessante. “No técnico, você tem a prática e o contato com professores que trabalham nas áreas. Isso é um diferencial que, agora, os alunos que não tinham oportunidade estão tendo. É muito válido”, conclui.

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