Milhares marcham e fazem bloqueios na Colômbia em apoio às reformas de Petro
O presidente quer ampliar os direitos trabalhistas e de saúde dos colombianos em suas reformas, mas o Congresso descartou seus projetos
Milhares de pessoas marcham, nesta quarta-feira (28), na Colômbia, em protestos contra o Congresso convocados pelo presidente Gustavo Petro, que busca que os legisladores aprovem um referendo para submeter suas reformas trabalhistas e de saúde a uma votação popular.
Desde cedo, alguns manifestantes bloquearam várias estações do sistema de transporte público de Bogotá. Os fechamentos afetaram ao menos 850 mil habitantes da capital, segundo a empresa de gerenciamento Transmilenio.
Petro quer ampliar os direitos trabalhistas e de saúde dos colombianos em suas reformas, mas o Congresso descartou seus projetos de lei.
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Agora, ele promove um referendo para que seja decidido pelos cidadãos. No entanto, esse processo eleitoral deve contar com a aprovação dos mesmos congressistas.
Em meados de maio, o Legislativo se recusou a convocar o referendo, que continha 12 perguntas sobre essas questões. Petro insistiu novamente e, dias depois, apresentou uma nova proposta com modificações.
Em meio a esse cabo de guerra entre o governo e o Congresso, Petro convocou os cidadãos a marcharem a seu favor nesta quarta e na quinta-feira.
"Existe o direito à consulta popular", enfatizou o presidente na rede social X. O governo advertiu que se o bloqueio do Congresso continuar, ele aprovará o referendo por decreto.
Os sindicatos de trabalhadores e as organizações de camponeses e indígenas expressaram seu apoio e saíram às ruas para defender as reformas oficiais.
"Todos saem às ruas em apoio à Consulta Popular e às reformas sociais e em repúdio aos oligarcas que sabotaram os avanços exigidos pelos cidadãos", disse a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o maior sindicato de trabalhadores do país, em um comunicado no X.
Outras cidades como Medellín, Cali e Bucaramanga também aderiram à chamada "greve nacional".
O presidente pediu aos cidadãos que se manifestassem pacificamente e ordenou que a polícia e os militares "não levantassem" suas armas "contra o povo" durante os protestos.
Petro convocou várias manifestações a seu favor ao longo de seu mandato, que começou em agosto de 2022. A última foi em 1º de maio, quando milhares de pessoas atenderam ao seu apelo contra o Congresso por ter afundado seu projeto de reforma trabalhista.

