Ter, 23 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Luto

Morre, aos 89 anos, Anamaria de Queiroz Monteiro

Velório será nesta quarta-feira (24), a partir das 8h, com uma missa às 11h e cremação às 13h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista

Foto: José Brito/Arquivo Folha de Pernambuco

A sociedade pernambucana perdeu, na tarde de ontem, Anamaria Azevedo de Queiroz Monteiro, aos 89 anos, devido a complicações de saúde. Uma mulher que teve papel relevante não só como empresária, mas como mãe e também como idealizadora de ações nas áreas social e assistencial. Ela era viúva do empresário Rômulo Monteiro. O velório será nesta quarta (24) a partir das 8h, com uma missa às 11h e cremação às 13h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Depois que o marido ficou debilitado por conta de complicações cardíacas, motivo pelo qual veio a falecer em janeiro de 2021, Anamaria assumiu os negócios da família com uma capacidade, disposição e competência invejáveis. Isso tudo sem descuidar dos seus. “Minha mãe era uma pessoa que vivia para a família. A vida dela eram os filhos e os netos. Todo domingo, reunia a família com um almoço na casa dela. Não abria mão disso, principalmente nos últimos anos. Na quarta-feira, já ficava pensando o que ia fazer. Quando ia pouca gente, não gostava, queria que todos fossem”, lembrou a filha Alexandra Monteiro. 

Ela acrescentou que ficou comovida com as mensagens que tem recebido das pessoas que admiravam Anamaria. “Quanta gente que a admirava pela postura digna, uma pessoa sempre voltada para a família, para os amigos, para ajudar os outros, principalmente quem estava próximo a ela. Esse é o maior legado. Um exemplo de vida, de amor com papai, de dedicação com os filhos e, sobretudo, com as pessoas mais necessitadas”, acrescentou. 

Dedicação a projetos sociais

Antes de assumir os negócios da família com o falecimento do marido, Anamaria foi fundadora e presidente do Clube Mulher do Campo, que tinha sede numa propriedade da família no município de Ribeirão, na Zona da Mata pernambucana. O trabalho consistia em capacitar mulheres de trabalhadores do campo a criarem artesanatos que eram vendidos em bazar e, assim, além de uma ocupação, elas tinham uma renda.

“A preocupação da minha mãe era que elas tivessem um ofício e que, mesmo em casa, pudessem exercê-lo, seja um bordado, uma pintura”, explicou Alexandra. Durante anos, Anamaria também presidiu a Associação das Mães Cristãs, levando a Palavra de Deus a homens e mulheres do campo. Tratava-se de um trabalho de educação religiosa realizado por meio de palestras, reuniões e encontros com a presença de padres da comunidade.  

Além de Alexandra, Rômulo e Anamaria tiveram outros cinco filhos: Rômulo Filho (falecido), Ana Christina, Luciana, Luiz Gustavo (falecido) e Germana, além de 11 netos e nove bisnetos.
“Era uma tia muito estimada, muito querida, matriarca no sentido amplo da palavra, extraordinariamente importante na história da nossa família e que deixa um exemplo de vida. O seu modo de ser é uma cartilha que deve ser seguida, ela nos deixa um caminho firme no bem”, disse o sobrinho, Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM e da Folha de Pernambuco.

A também sobrinha de Dona Anamaria, Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti, falou do privilégio que foi conviver com ela. “Tia Anamaria permanecerá viva, para sempre, nos que tiveram o privilégio de conviver com ela. Sentiremos falta de seu jeito doce e forte, sem jamais perder a fé e a esperança”, declarou Maria Lecticia.

Claudia Monteiro, esposa de Eduardo Monteiro, destaca o papel importante que Anamaria exerceu como alicerce da família em todos os momentos. “Era tudo muito centrado nela, ela era muito respeitada nas suas opiniões. É um exemplo porque era extremamente forte, passou por momentos muito difíceis, um deles foi a perda do filho Rominho (Rômulo), que faleceu com 63 anos”. 

Família reunia-se aos domingos

O engenheiro de produção Ricardo Monteiro, neto de Anamaria, destacou que ela foi uma avó muito especial. “Desde quando consigo recordar, os domingos sempre foram na casa dela, com a família reunida”. Disse, ainda, ser grato por ter tido tantos dias ao lado da avó e ter aprendido com suas boas ações a ser uma pessoa melhor. “Vou admirar e recordar a boa pessoa que ela foi para sempre”, afirmou.

“Fomos criados todos juntos. Era uma mulher muito forte e que unia muito a família. Muito querida por todos. Caridosa, ajudava as pessoas. Tenho recebido mensagens de Ribeirão, lembrando a época em que ela fundou o Clube da Mulher do Campo, quando levou diversos cursos para lá e hoje muita gente vive em função da qualificação que adquiriu com o clube”, afirmou a sobrinha Maria Monteiro.

Domingos Azevedo, irmão de Maria, disse que teve sorte de ter Anamaria e Rômulo como padrinhos. “Sempre frequentei a casa dela aos domingos. Minha tia era uma mulher muito forte. Não é à toa que aguentou tanto depois de perder o filho e o marido, mas conduziu a família, que é muito grande, com filhos, netos e bisnetos e os sobrinhos. Eu me considero como filho”, pontuou Domingos, que é diretor do Grupo EQM.

Para ele, a tia-madrinha foi uma pessoa diferenciada. “Vai deixar uma saudade muito grande em todo mundo. Vai deixar um legado. A saudade física vai ser grande, mas vai ficar o espírito da guerreira que ela foi durante toda a vida. Eles (filhos, netos e bisnetos) agora têm que seguir os passos que ela deixou, andar na estrada construída por ela. E não desviar disso”, acrescentou. 

Carinho vai ficar na memória

Para Rafael Monteiro de Barros Guimarães, neto de Anamaria, o carinho de Anamaria vai ficar na memória. “Muitos vão fazer referência a vovó pela mulher elegante, forte, lutadora e pela firmeza com que conduziu nossa família até hoje. Vou sempre admirá-la por essas qualidades. Entretanto, prefiro remeter à minha memória uma avó carinhosa, sempre presente, tal como uma mãe, e dos exemplos de solidariedade, caridade e compromisso com aqueles que mais precisavam, do cuidado com as pessoas. Vovó dedicou sua vida à família e a fazer o bem. Não fez tudo o que queria fazer, mas fez muito mais do que qualquer outra faria”.

Rômulo Monteiro, marido de Anamaria, que faleceu há dois anos de complicações cardíacas, era irmão caçula do ex-ministro e empresário Armando Monteiro Filho (1925-2018) e tio do presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro; do ministro da Defesa e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro Filho, e do ex-senador Armando Monteiro Neto.

Veja também

Newsletter