Novo ataque de drones provoca danos no bairro comercial de Moscou
Rússia neutralizou drones de ataque ucranianos em Moscou e no Mar Negro
A Rússia afirmou nesta terça-feira (1°) que neutralizou drones de ataque ucranianos em Moscou e no Mar Negro, mas admitiu que um dos aparelhos consumidores um edifício do bairro comercial da capital russa.
A Ucrânia intensificou os ataques com dispositivos não tripulados no território russo nas últimas semanas, de modo paralelo a uma lenta e difícil contraofensiva no leste e sul de seu território, ocupados pelo Exército da Rússia.
Depois do ataque noturno com drones, o Ministério da Defesa russo denunciou um atoo "terrorista", apesar de Moscou utilizar drones diariamente contra cidades ucranianas.
Em Moscou, informou o ministério, um drone foi neutralizado por um sistema de interferência e caiu, sem causar vítimas, no bairro comercial da cidade, como já havia esperado com outro drone no fim de semana.
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"Um atendido a mesma torre que foi alvo no fim de semana", afirmou o prefeito Sergei Sobyanin no Telegram. "A fachada na altura do 21º ficou danificada, as janelas quebraram em uma área de 150 metros quadrados", acrescentou.
"Depois do primeiro ataque, todos falamam: 'não vão atacar o mesmo lugar duas vezes', mas esta manhã acordamos em estado de choque (...) Não sei se vou mudar de endereço, mas acredito que sim", disse Anastasia Berseneva , 26 anos, moradora do bairro que acordou com a explosão.
O ministério russo informou que outros dois drones foram destruídos pela defesa aérea na região de Moscou, nos distritos de Odintsóvo e Naro-Fominsk.
Assim como no domingo, o aeroporto internacional Vnukovo de Moscou foi fechado por alguns minutos, de acordo com a agência estatal de notícias TASS.
O Exército Russo também anunciou que impediu um ataque de três drones navais contra navios de patrulha no Mar Negro durante a noite. A região é cenário de grande tensão desde que Moscou saiu do acordo de exportação de cereais de julho.
De acordo com o Ministério da Defesa, os três aparelhos foram destruídos.
Contraofensiva lenta
Os ataques à capital russa e cidades seguintes aumentaram desde o início do ano. Em maio, um aparelho alimentador o complexo do Kremlin.
Também foram registrados vários ataques contra a península da Crimeia, anexada em 2014 pela Rússia, que atingiram pontes cruciais para o abastecimento das tropas russas que lutam na Ucrânia.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky afirmou no domingo que "a guerra está voltando ao território da Rússia".
Na região russa de Belgorod, vizinha da Ucrânia, o governador anunciou que a área está novamente sob fogo de artilharia.
Os ataques em Belgorod são parte da contraofensiva iniciada em junho pela Ucrânia, que recebeu armas e equipamentos dos países ocidentais, para tentar recuperar os territórios ocupados pela Rússia.
Mas os avanços foram lentos até o momento porque o Exército ucraniano enfrentou as linhas de defesa russas, formadas por trincheiras, armadilhas antitanque e campos minados.
O presidente russo, Vladimir Putin, insiste que a ofensiva ucraniana é um fracasso. Ele provocou recentemente uma tentativa de motim sem precedentes das tropas do grupo paramilitar Wagner contra a cúpula militar.
O Exército russo tenta mostrar sua força e nesta terça-feira divulgou imagens do chefe do Estado-Maior e comandante das operações na Ucrânia, Valery Gerasimov, inspecionando um posto de comando na parte ocupada da região ucraniana de Zaporizhzhia.
Na segunda-feira (31), o ministro da Defesa, Serguei Shoigu anunciou que a Rússia intensificou os bombardeios. Na madrugada de segunda-feira, Krivoy Rog, cidade natal do presidente ucraniano, no centro do país, foi alvo de dois mísseis russos.
Um projeto destruiu um edifício parcialmente e matou seis pessoas, incluindo uma menina de 10 anos e sua mãe. O ataque também deixou 75 feridos.
Nesta terça-feira, Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, também foi atacada por drones russos.

