Sex, 05 de Dezembro

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Estados Unidos

O que se sabe sobre o suspeito do ataque a tiros contra soldados em Washington

De acordo com a mídia americana, o suspeito se chama Rahmanullah Lakanwal e tem 29 anos

Um policial da Polícia Metropolitana caminha entre viaturas perto da cena de um crime após um tiroteio no centro de Washington, D.C., em 26 de novembro de 2025.Um policial da Polícia Metropolitana caminha entre viaturas perto da cena de um crime após um tiroteio no centro de Washington, D.C., em 26 de novembro de 2025. - Foto: DREW ANGERER / AFP

O suspeito de ter baleado, na quarta-feira (26), dois soldados da Guarda Nacional perto da Casa Branca, em Washington, é um cidadão do Afeganistão que colaborou com as forças dos Estados Unidos em seu país, segundo veículos de imprensa locais.

Confira a seguir o que se sabe sobre o homem suspeito do ataque que o presidente Donald Trump classificou como "ato terrorista".

O suspeito
De acordo com a mídia americana, o suspeito se chama Rahmanullah Lakanwal e tem 29 anos.

Lakanwal chegou ao país em setembro de 2021 como parte de um programa para afegãos que colaboraram com os Estados Unidos. Segundo a NBC, ele serviu durante dez anos no exército de seu país apoiando as forças especiais americanas.

Um de seus familiares declarou à emissora que Lakanwal é originário da província de Khost, no sudeste do Afeganistão, e cumpriu parte de seu serviço militar em uma base na província de Kandahar, berço histórico dos talibãs.

Chegada aos Estados Unidos 
Segundo a secretária de Segurança Interna americana, Kristi Noem, o suspeito "se encontrava entre as muitas pessoas que foram admitidas em massa, sem verificação prévia, nos Estados Unidos, sob a Operação 'Allies Welcome'", introduzida pela administração do presidente democrata Joe Biden para ajudar os afegãos que haviam colaborado com os EUA.

O suspeito chegou ao país em 8 de setembro de 2021, menos de um mês depois da tomada do poder pelos talibãs.

Naquele momento, mais de 40% dos afegãos incluídos no programa cumpriam os requisitos para o Visto Especial de Imigrante (SIV), destinado aos que haviam assumido "riscos significativos em apoio ao pessoal militar e civil americano no Afeganistão".

Outros grupos vulneráveis, como defensores dos direitos humanos e jornalistas, também ingressaram nos EUA sob esse programa.

As autoridades não confirmaram se Lakaneal recebeu um SIV, necessário para ter um "green card" - cartão de residência permanente.

Os afegãos nos Estados Unidos 
Centenas de milhares de afegãos trabalharam para forças estrangeiras, embaixadas e ONGs financiadas pelos EUA durante os 20 anos de presença estrangeira no Afeganistão.

Muitos temiam, por isso, se tornar alvo de violência.

Desde agosto de 2021, com o regresso dos talibãs ao poder, mais de 190 mil afegãos foram reassentados nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado.

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo muitos ex-tradutores militares e membros das forças de segurança afegãs, ainda aguardam para serem reassentadas, segundo grupos de defesa dos direitos humanos.

Após o ataque a tiros em Washington, o presidente Donald Trump indicou que serão revisados os casos de todos os afegãos que entraram nos EUA durante a presidência de Joe Biden.

A USCIS, agência federal de imigração, anunciou a suspensão imediata e por tempo indeterminado do processamento das solicitações de imigração de cidadãos afegãos, à espera de uma nova revisão dos protocolos de segurança e investigação.

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