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Literatura

ONG Gestos lança livro sobre os 40 anos da epidemia de HIV no Recife

Lançamento ocorreu na noite dessa quarta-feira (17), na sede da instituição, na área central da capital

Sociólogo Acioli Neto lançou o livro "A AIDS Envelheceu: quatro décadas da epidemia de HIV no Recife contadas por profissionais e ativistas"Sociólogo Acioli Neto lançou o livro "A AIDS Envelheceu: quatro décadas da epidemia de HIV no Recife contadas por profissionais e ativistas" - Foto: @quemehwill

A ONG Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero realizou o lançamento do livro “A AIDS Envelheceu: quatro décadas da epidemia de HIV no Recife contadas por profissionais e ativistas” na noite dessa quarta-feira (17).

O evento ocorreu na sede da instituição, na Boa Vista, área central da capital pernambucana.

Escrito pelo sociólogo Acioli Neto, a obra reúne 13 entrevistas com profissionais de saúde e ativistas que estiveram na linha de frente do início da epidemia, relembrando histórias que ajudam a entender o passado, olhar o presente e fortalecer o futuro da resposta ao HIV, ao estigma e ao preconceito. 

O livro integra o projeto “A AIDS Envelheceu”, da Gestos, com apoio do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife (Comdir), e tem o objetivo de tornar públicas histórias marcantes e manter vivas as memórias de uma trajetória que ainda não acabou no Brasil. 

Ao longo de 2025, a Gestos lançou um outro olhar sobre a temática do HIV/AIDS: o envelhecimento. O público com mais de 60 anos ainda é historicamente invisibilizado nas políticas públicas de prevenção e cuidado, sendo que as infecções cresceram mais de 400% nessa faixa etária na última década no país.

“Com destaque para as duas primeiras décadas, a publicação traz o resultado de uma vasta pesquisa a partir do registro do primeiro caso de AIDS no Recife e mostra o início da mobilização de profissionais, amigos e familiares num cenário de ausência de informações, inexistência de tratamentos e de muito preconceito. O livro traz o relato de 11 profissionais de saúde que vivenciaram o período mais difícil da epidemia e de dois ativistas com mais de 60 anos diagnosticados há cerca de 20 anos e que estão envelhecendo bem com HIV. O resultado é um material que resgata a história do enfrentamento à AIDS, fala da situação atual e do futuro, com relatos emocionantes”, contou o escritor.

O autor conversou com nomes como Jarbas Barbosa, diretor-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS); Ana Brito, pesquisadora da Fiocruz e primeira coordenadora estadual de DST/AIDS (como era chamado na época); Frederico Rangel, infectologista e primeiro diretor do Hospital Correia Picanço; Ana Aurora, psicóloga pioneira no atendimento a pessoas vivendo com HIV/AIDS; e François Figueiroa, epidemiologista coordenador do Programa de DST/AIDS de Pernambuco durante 24 anos.

“São quatro décadas de epidemia de AIDS, e a Gestos caminha junto há 32 anos, fazendo parte da construção da resposta ao HIV e à AIDS. Por isso, para nós é muito importante lançar uma publicação que dê visibilidade a essas histórias de enfrentamento a uma doença que até hoje nos desafia não só pelos aspectos biomédicos, mas sobretudo pelos aspectos sociais, uma vez que o principal problema que enfrentamos, desde o início da epidemia, é o estigma e o preconceito”, destacou a coordenadora de Assistência e Educação da Gestos, Jô Meneses.

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