Oregon aciona Justiça para impedir que Trump inveje militares a Portland
Presidente republicano sustenta que esses destaques são necessários para dissuadir a criminalidade
As autoridades do estado de Oregon relataram uma ação judicial neste domingo (28) para impedir o destacamento de tropas na cidade de Portland, no noroeste dos Estados Unidos, um dia depois que o presidente Donald Trump tentou essa medida.
Trump, que já mobilizou militares em Los Angeles e Washington, ameaçou, no início de setembro, enviar a Guarda Nacional para Portland, a maior cidade do estado de Oregon.
O presidente republicano sustenta que esses destaques são necessários para dissuadir a criminalidade, bem como os protestos contra sua campanha de deportações em massa.
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A ação acusa Trump de exceder sua autoridade, argumentando que a medida "estava motivada por seu desejo de normalizar o uso de tropas militares para atividades policiais nacionais ordinárias", particularmente em jurisdições controladas por seus adversários políticos.
Desde que retornou ao poder em janeiro, Trump cumpriu suas promessas de campanha de perseguir os imigrantes irregulares em um esforço que, segundo advogados e ONGs, levou a manifestações de direitos civis.
Nas últimas semanas, o republicano também prometeu combater a violência que ele alega ser cometida por uma suposta rede “terrorista doméstica” de esquerda, medidas que seus críticos asseguraram que são planejadas para silenciar a dissidência.
Na ação, as autoridades de Oregon afirmaram que não era necessária a mobilização da Guarda Nacional em Portland, já que os protestos na cidade contra o Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês) foram pacíficos e de pouco alcance.
A ação acrescenta que os protestos normalmente envolvem menos de 30 pessoas e não resultaram em nenhuma prisão desde meados de junho.
“Mas o destaque autoritário de tropas por parte de [Trump] ameaça escalar as tensões e alimenta novos distúrbios”, diz o texto.
Nas últimas semanas, os manifestantes em Portland e outras cidades bloquearam as entradas de edifícios do ICE, o que provocou alguns confrontos.
Em resposta ao anúncio de Trump no sábado, a governadora de Oregon, Tina Kotek, disse que não foram oferecidos detalhes nem prazos sobre o envio das tropas.
“Não existe insurreição, não existe nenhuma ameaça à segurança nacional e não existe necessidade de tropas militares em nossa cidade principal”, declarou ela a jornalistas.
As autoridades de Portland temem que se repita o ocorrido em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, quando a cidade viveu confrontos violentos em meio aos protestos por justiça racial após a morte de George Floyd, um homem negro assassinado por um policial branco.
Trump destacou tropas pela primeira vez em Los Angeles em junho, contra a vontade do governador democrata do estado, o que provocou uma disputa legal sobre os limites da autoridade presidencial.
Em seguida, houve um aumento repentino de tropas e agentes federais em Washington e ameaças de mobilização a Guarda Nacional em outras cidades importantes, incluindo Chicago.

