"Perdemos o pai, o sentimento é de orfandade", diz cardeal Paulo Cezar Costa, de Brasília
Ele destacou a proximidade de Francisco com os pobres e sua capacidade de falar de coisas complicadas
O cardeal Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese de Brasília, fez um pronunciamento oficial sobre a morte do Papa Francisco, destacando um "sentimento de orfandade", mesmo num dia de festa para a capital do país, que comemora nesta segunda o aniversário de 65 anos de sua fundação.
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— Hoje, aqui,em Brasília, é um dia de festa, porque é o dia do aniversário da cidade, 65 anos, e também 65 anos da nossa amada Arquidiocese de Brasília. Mas, existem dias que é o Pai Eterno que faz a agenda — disse.
E continuou:
— E hoje é um desses dias, que nós estamos aqui com a memória agradecida pelo aniversário da nossa cidade, agradecida pelo aniversário da nossa Arquidiocese, mas tristes também. Tristes porque perdemos nosso amado papa Francisco. É um sentimento de orfandade. Parece que nós perdemos o pai. É um sentimento de tristeza e ausência — disse o cardeal.
Em seu pronunciamento, Dom Paulo ressaltou a humildade do pontífice.
— O papa Francisco se manifestou como uma pessoa extremamente próxima do povo, um homem de uma simplicidade muito grande. Ele era capaz de falar das coisas mais complicadas, seja da vida da Igreja, da vida da humanidade, ou das coisas mais simples da vida do dia a dia. Se nós olharmos bem, foi um pontífice que tratou todos os grandes temas do mundo nesse momento histórico — afirmou
Dom Paulo destacou a proximidade que tinha com o Papa e revelou que o tinha convidado para visitar Brasília:
— Me escreveu uma carta de próprio punho. Tinha uma proposta para estar em Brasília em junho deste ano, antes da doença. Se tivesse condições, tenho certeza de que ele viria — afirmou Paulo Cezar Costa, que nasceu em 20 de julho de 1967, em Valença, Rio de Janeiro e que viajará a Roma para o conclave. Em outubro de 2020, foi transferido para a Arquidiocese Metropolitana de Brasília, onde é o atual arcebispo. Na Conferência Episcopal é membro para a Comissão da Cultura e Educação da CNBB.

