Pernambuco: Hemope realiza primeiro tratamento de eritrocitaférese pelo SUS
Ação pioneira contribui para a redução das crises dolorosas, melhora a oxigenação dos tecidos e ajuda a prevenir complicações graves, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs)
O Hospital de Hematologia da Fundação Hemope realizou, na quinta-feira (10), o primeiro procedimento de eritrocitaférese ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco.
A ação é pioneira e promove o tratamento da doença falciforme — condição hereditária que afeta a forma e a função das hemácias (glóbulos vermelhos) do sangue.
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Eritrocitaférese
A eritrocitaférese é capaz de remover as hemácias deformadas do paciente enquanto transfunde, simultaneamente, hemácias saudáveis obtidas por meio da doação de sangue.
Automatizado e seguro, o procedimento contribui para a redução das crises dolorosas, melhora a oxigenação dos tecidos e ajuda a prevenir complicações graves, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
A diretora de Hematologia do Hemope, Aureli Machado, explica que a doença falciforme é identificada ainda na infância, por meio do teste do pezinho.
“As hemácias em forma de foice se rompem com facilidade, causando anemia, infecções frequentes, dificuldades de crescimento e crises intensas de dor. Em casos mais graves, pode haver até AVC”, ressaltou.
O primeiro paciente submetido ao novo procedimento foi um adolescente de 16 anos que já havia sofrido um acidente vascular cerebral.
A diretora-presidente do Hemope, Raquel Santana, reforça que o a eritrocitoférise retira as hemácias doentes através de uma máquina semelhante à hemodiálise.
"A eritrocitoférise é um procedimento que retira hemácias doentes dos pacientes com anemia falciforme, se aglomeram e promovem o AVC, a dor articular e possivelmente a deformidade. A maquina de aférese se assemelha ao equipamento de hemodiálise, filtrando o sangue, as hemácias ruins e repondo hemácias boas de doadores. Não é para todo paciente, existe a indicação correta, que a equipe de hematologia propõe de forma adequada. Isso é mais um arsenal terapêutico, uma arma temos para lutar e dar qualidade de vida para esses pacientes", reforçou.
A gestora pontua que a disponibilidade do tratamento é uma importante conquista para os usuários da rede estadual de saúde.
"Enquanto o Hemope, a gente está muito feliz, a hematologia, a diretoria de hematologia, a equipe de plasmoférios. E que se empenhou bravamente para essa conquista, com o apoio da Secretaria de Saúde. Então hoje realmente é um dia de alegria, é um dia de comemoração, por a gente estar podendo oferecer um novo tratamento para esses pacientes", concluiu.

