O que é que os quiosques de Boa Viagem têm? Confira o raio X
O Portal FolhaPE traz dicas para quem deseja curtir o calçadão da praia, que conta com 60 quiosques
Localizado na principal e maior orla do litoral do Recife, o calçadão de Boa Viagem reúne, em oito quilômetros, 60 quiosques e oferece gratas surpresas para quem deseja lanchar ou até comer uma refeição num desses espaços. Às vésperas da requalificação dos quiosques, prevista para ser anunciada ainda este mês pela Prefeitura da cidade, a reportagem do Portal FolhaPE percorreu, semana passada, toda a extensão da orla, entre Brasília Teimosa, no Pina, até o fim da localidade de Setúbal, em Boa Viagem, no limite entre Recife e Jaboatão dos Guararapes. Nesse percurso, há quiosques oferecendo frutos do mar, drinques elaborados, frutas, mas também existem senões, como variação de preço de 100% e algumas estruturas não tão bem conservadas e com janelas quebradas.
Com 60 quiosques à disposição dos moradores e turistas, a maioria desses espaços, no entanto, pouco inova na oferta de produtos. É possível perceber que grande parte comercializa apenas bebidas, entre elas água mineral, água de coco, refrigerante, cerveja e cachaça. No quesito alimentos, é possível perceber grande quantidade de salgadinhos industrializados, além de amendoins e guloseimas. Apesar de ser verão, a reportagem não encontrou nenhum quiosque comercializando picolés ou sorvete, mesmo identificando a procura do gelado por parte dos frequentadores da orla.
Um dos quiosques mais frequentado pela variedade de produtos é o de número 32, nomeado “Kioske das
Frutas”, próximo à Padaria Boa Viagem. Lá,
é possível encontrar muitas opções de frutas tanto
nacionais quanto internacionais - a exemplo do caqui da Irlanda e da atemoia da
Itália -, que podem se tornar suco ou salada.
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De acordo com o atendente e especialista em sucos Alexandre
Felix, de 29 anos, o quiosque funciona há três meses e
está sendo bastante requisitado. “Os sucos mais pedidos
são os de abacaxi com limão siciliano, abacaxi com
hortelã e gengibre com limão e hortelã", contou.
Os preços variam de R$ 5 a R$ 8. O local também
oferece sucos de maracujá com cajá e tangerina; morango com
framboesa e amora, além de um variado cardápio de
opções.
O "Kioske das Frutas" disponibiliza grande variedade de frutas nacionais e importadas - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
No local, o copo de 500 ml de salada de frutas custa R$ 10, que pode receber acompanhamento de
granola, mel ou leite condensado. Tudo fica a gosto do cliente, que
também pode comprar as frutas individualmente já descascadas,
cortadas e embaladas a partir de R$ 5. É possível encontrar ainda a
fruta mexicana pitaya por R$ 20. O quiosque possui
sanduíche natural (R$ 12), açaí de 300 ml (R$ 15),
além de drinques a partir de R$ 12. O local, que funciona
das 6h30 às 23h, oferece também 11 guarda-sóis com
cadeiras à beira-mar, disponibilizando os produtos. “Parei no quiosque pela qualidade e variedade das
frutas. O aroma também me atraiu bastante", afirmou a aposentada
Cátia Buarque, de 60 anos, moradora de Boa Viagem há oito
anos.

É possível consumir os produtos do quiosque também na praia - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Outros dois quiosques badalados são os de
número 50 e 51. Localizados nas proximidades de Setúbal, os espaços oferecem grande variedade de drinques e cervejas long necks altamente
geladas. Administrando há dez anos os dois estabelecimentos, Ana Maria
de Paula, 43, conta que uma das bebidas mais pedidas é o
‘Coco Louco’, feito com a polpa e a água do coco,
além de gelo, açúcar ou leite condensado. O copo de
500 ml custa R$ 6.
Bastante atenciosa, a proprietária diz que o segredo
do sucesso dos espaços, que também contam com
guarda-sóis e cadeiras na praia, é o "bom atendimento e a qualidade dos produtos". “Temos clientes muito
fiéis. Tento inovar com aquilo que já tenho, fazendo a
junção de frutas, e tem dado certo”. Lá, o
copo de 400 ml da tradicional caipirinha custa R$ 6. Já o suco
energético, feito com morango, catuaba, ginseng, gelo,
açúcar e banana, custa R$ 7 com leite (sem leite, R$ 6
o copo de 500 ml).
Um dos mais pedidos é o
energético de clorofila, feito com kiwi, hortelã, espinafre,
catuaba e guaraná em pó, além de banana, gelo e
leite em pó (R$ 7 o copo de 500 ml). Os quiosques 50 e 51
também oferecem petiscos, a exemplo da porção de
bolinho de bacalhau ou de charque (R$ 15); camarão alho e
óleo com fritas (R$ 30); calabresa com fritas (R$ 19) e espetinho (R$
6,50). Do local, sai o bloco “Nós ensaia, mas num sai” no domingo que antecede o Carnaval.
De férias com a família no Recife, a
analista de sistemas Carina Carvalho, 40 anos, que mora em São Paulo,
elogiou a praia e o calçadão, onde pedala pela ciclovia.
Após uma pedalada, contou que foi atraída pelo cheiro das
frutas e aproveitou para tomar suco de cupuaçu (R$ 5), "O preço
é bem justo, porque em São Paulo é absurdo.
Lá eu pagaria, no mínimo, R$ 9. Lá, um coco custa R$
8 e são bem menores do que vendem aqui”,
disse.
Administrando há três anos o
‘Quiosque 57’ após dez anos como barraqueiro,
Cristiano Severino Silva, 47, conta que o espaço possui três
funcionários, que atendem também na praia, com mesas e
cadeiras do próprio estabelecimento. “Esse é o meu
diferencial. Além da água de coco (R$ 3) e refrigerante (R$
5), eu sirvo peixe a partir de R$ 40, fritas com carne de sol ou com calabresa
por R$ 25 e cerveja latão por R$ 5. Estou sempre
agregando.”, afirmou.
Ao mesmo tempo em que visa ao crescimento do estabelecimento,
Cristiano lamenta a atual estrutura dos quiosques, que, de acordo com ele,
não está adequada para a variedade de alimentos e produtos. O
quiosque 57 funciona das 7h às 19h e fica nas proximidades do Posto 8,
já perto da Praia de Piedade, em Jaboatão.
Na orla, a opção para muitos é a tradicional tapioca nordestina. No quiosque nº 27, nomeado
"Pense Numa Tapioca", é possível encontrar a iguaria com recheio de coco com queijo por R$ 8,90 ou de carne de sol com queijo coalho, por R$
16,40. Há ainda outras opções no mesmo local. Também é possível encontrar tapioca no quiosque 49. Por lá, a variedade de recheios doces e salgados é grande e os preços variam de R$ 6, só de coco, até R$ 9, a de prestígio.
Preços
No geral, os preços dos produtos oferecidos nos quiosques variam em até 100%. A água de coco tem preço que vai de R$ 3 a R$ 5, já a garrafa de
500 ml de água mineral custa de R$ 1,50 a R$ 3, uma
variação de 100%. A reportagem observou que os valores maiores da água de coco e da água mineral são cobrados em quiosques próximos ao Posto Sete de Observação, perto do Parque Dona Lindu.
A cerveja latão, que custa de R$ 4 a R$ 6, é um dos produtos mais vendidos nos quiosques. A cerveja em embalagem long neck
também é bastante procurada e tem preço variado de R$ 7 a R$ 9. O
refrigerante em lata de 350 ml sai a partir de R$ 3,50, podendo chegar a R$ 6.
Entre os destilados, a caipirinha é a mais pedida nos quiosques que
oferecem a bebida - preços começam em R$ 6 e vão
até R$ 10.
Há preços variados também
do açaí. O
gelado, que é comercializado com acompanhamentos opcionais a exemplo da granola, leite
condensado e banana, custa a partir de R$ 4, podendo chegar a R$ 6 a
porção de 100 ml; e de R$ 10 a R$ 15 a de 300 ml.
Os petiscos também são oferecidos em alguns
quiosques. O mais pedido, de acordo com o levantamento realizado pelo
Portal FolhaPE, é a
porção de batata frita, encontrada de R$ 20 a R$ 25. A
porção de fritas com calabresa ou com carne de sol é
muito pedida - os valores vão de R$ 25 a R$ 35. O peixe mais em conta
é o ‘Castanha’, que sai de R$ 40 a R$ 55, mas, em
média, o peixe é, em média, R$ 60 a
‘Anchova’, podendo chegar a R$ 100 a
‘Cioba’. Os horários de funcionamento dos quiosques da orla de Boa Viagem variam de 7h até às 23h. Já o policiamento na orla de Boa Viagem, segundo a Polícia Militar de Pernambuco, acontece por agentes do 19º Batalhão, diuturnamente, com patrulhamento a pé e em guarnições táticas.
Nem tudo é sol, sombra e água
fresca...
Durante o percurso - feito em três
dias -, a reportagem se deparou com cerca de 15 quiosques fechados. Alguns deles
só funcionam aos fins de semana, outros não operam mais e
estão com danos aparentes, causados pelo mau uso da estrutura,
vandalismo e também pela maresia, segundo quiosqueiros das
proximidades e frequentadores da orla.
A reportagem também encontrou exposta e
enferrujada a estrutura de ferro de muitos dos bancos de concreto da orla,
podendo ferir quem deseja sentar e apreciar a vista para o mar.
“É um abandono. O mar é lindo, é belo. Mas
é uma decepção para os turistas. Muitos vão
para Porto de Galinhas, no Litoral Sul, e não querem saber de Recife.
Os bancos estão com os vergalhões enferrujados e isso
é muito ruim para a cidade”, relatou o aposentado Jorge
Pacheco Silva, de 71 anos.
O problema dos bancos está com uma
solução sendo pensada pela Autarquia de
Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), segundo
informou o órgão. De acordo com a a Emlurb, está
sendo desenvolvido novo modelo de bancos a serem implantados em toda a orla do
Recife, desde o bairro de Brasília Teimosa, até o limite com
Jaboatão.
A Emlurb informou ainda que os atuais bancos
da Avenida Boa Viagem foram
implantados entre 2006 e 2007, desenvolvidos em concreto, como determinavam as
Normas Técnicas da época, e que “como os
equipamentos são submetidos a uma série de
intempéries naturais, salinidade elevada, além de
ações provocadas pelos usuários, de forma
paliativa”, a autarquia informou que realizará a troca de
placas de concreto dos bancos, reduzindo a probabilidade de acidentes.
Ainda de acordo com a Emlurb, em alguns casos, onde
não existe diferença de altura entre o lado do
calçadão e o lado de areia, e os bancos que estão
muito deteriorados já estão sendo retirados. Segundo a
Emlurb, em 2018, foram investidos entre R$ 350 e 400 mil na troca de cerca de
700 peças de concreto que compõem os bancos.



