Sáb, 06 de Dezembro

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RIO DE JANEIRO

Polícia faz busca em escritório que seria de homem suspeito de desenvolver app de transporte do CV

Mais de 300 mototaxistas foram coagidos a se cadastrar no sistema; lucros mensais poderiam chegar a R$ 1 milhão

Agentes nas ruas para cumprir mandados de prisão e de buscas e apreensão Agentes nas ruas para cumprir mandados de prisão e de buscas e apreensão  - Foto: Reprodução

Agentes da Polícia Civil realizam, na manhã desta sexta-feira, uma busca em um escritório de alto padrão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, ligado a um dos suspeitos investigados por desenvolver um sistema de aplicativo de transportes que, segundo investigações da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD), é usado por traficantes do Comando Vermelho (CV) na Vila Kennedy, também na Zona Oeste.

Desde o início da manhã equipes estão nas ruas para cumprir sete mandados de prisão e 12 de busca e apreensão contra integrantes da quadrilha.

Segundo a polícia, há um mandado de prisão expedido contra esse suspeito, mas a identidade dele não foi revelada para não comprometer diligências que seguem em andamento. De acordo com as investigações, com o esquema os lucros mensais da facção criminosa poderiam chegar a R$ 1 milhão. Quatro pessoas já foram presas.

 

A ação foi batizada de Rota das Sombras. Durante as investigações os policiais descobriram que o aplicativo desenvolvido pelo CV funcionava como uma plataforma de mobilidade urbana com aparência legal, mas era utilizada para financiar o tráfico de drogas — mais de 300 mototaxistas foram coagidos a se inscrever na plataforma, afirma a polícia. Chamado de Rotax Mobili, o app tinha até propaganda: "Único aplicativo que passa pela barricada e te deixa na porta de casa".

Os responsáveis pelo aplicativo eram divididos em dois núcleos. Um deles era responsável por coagir e controlar os profissionais do transporte alternativo, fazendo ameaças e extorsões. O segundo era encarregado de receber e gerenciar o dinheiro arrecadado, que era repassado ao chefe do tráfico local. As investigações apontaram que empresas de fachada eram usadas para mascarar as operações financeiras, dando assim aparência de legalidade ao aplicativo.

Os agentes que estão na rua visam a cumprir sete mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais de fachada e residências localizadas na Zona Oeste do Rio, no município de Niterói, na Região Metropolitana, e no interior do estado.

A ação é coordenada pela 34ª DP (Bangu), com apoio do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA). As diligências contam ainda com equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e dos Departamentos-Gerais de Polícia Especializada (DGPE), da Baixada (DGPB) e do Interior (DGPI).

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