Polícia realiza perícia em local da explosão responsável por desabamento de casas em Olinda
Peritos realizaram análise estrutural para tentar estabelecer uma planta do local e encontrar o epicentro de explosão
Uma semana após a explosão que provocou o desabamento de um conjunto residencial no bairro de Ouro Preto, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, a Polícia Científica voltou até o local do acidente para uma investigação estrutural do terreno.
De acordo com o perito criminal José Lourenço, a perícia, que ocorreu na manhã deste domingo (26), teve como objetivo compreender a real dimensão da planta do imóvel.
"Tendo em vista que o projeto não tem uma planta oficial, estamos aqui para obter uma real dimensão da planta e saber a exata localização da cozinha, onde foi o epicentro da explosão. Assim, conseguimos compreender melhor o acontecimento", destacou.
Segundo a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), a principal suspeita é de que um vazamento de gás tenha provocado o acidente. Em comunicado enviado à imprensa neste domingo, a secretaria afirmou que o trabalho pericial conta com o apoio de um drone para o registro de imagens aéreas do local.
Confira a nota da SDS na íntegra:
"A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informa que equipes do Instituto de Criminalística (IC) retornaram, na manhã deste domingo (26), ao local do desabamento ocorrido no bairro de Ouro Preto, em Olinda, para a realização de perícias complementares.
Os peritos estão coletando informações e materiais adicionais que irão subsidiar a elaboração do laudo técnico.
Os trabalhos contam, ainda, com o apoio de um drone, utilizado para registrar imagens aéreas da área e do entorno, contribuindo para o detalhamento da análise pericial".
A Polícia Civil investiga o caso, e o laudo pericial concreto deve ser concluído em até 30 dias.
Familiares do proprietário do lote também acompanharam o processo de peritagem.
Segundo uma parente que não quis se identificar, a atual preocupação dos donos do terreno é buscar ajuda para os inquilinos que foram afetados.
"Estamos nos mobilizando, juntando cestas básicas e tentando dar suporte", explicou.
Em entrevista por telefone com a equipe da Folha de Pernambuco, a moradora de uma das casas, Sandra Moura, contou que ela, assim como os outros vizinhos, estão se abrigando temporariamente com amigos e familiares. Ela ainda relatou que não recebeu assistência financeira dos órgãos municipais.
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Segundo a Prefeitura de Olinda, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social atuaram no local nos dias iniciais do acidente prestando assistência às famílias atingidas.
O suporte incluiu, de acordo com a gestão, a oferta de abrigo temporário, orientações jurídicas e ajuda para emissão de documentos perdidos.
Além de Sandra, familiares dos donos do terreno que estiveram no local hoje também mencionaram a promessa de um auxílio financeiro que supostamente seria entregue pela prefeitura aos moradores.
Procurada para esclarecer a informação, a prefeitura disse ter mapeado as famílias afetadas, inquilinos do imóvel e moradores das residências vizinhas oferecendo "imediato suporte psicológico e assistencial, incluindo vagas em abrigo municipal. No entanto, nenhuma das famílias aceitou a hospedagem, optando por se deslocar para casas de parentes".
Relembre o caso
O acidente aconteceu na manhã do domingo (19), após uma forte explosão provocar o desabamento dos oito imóveis residenciais localizados na Rua Drº Bernadino Sena Dias.
No total, 12 pessoas foram atingidas pelos escombros e pelo fogo. Dessas, nove ficaram feridas e outras duas pessoas morreram no local. Um terceiro morador faleceu na última quarta-feira (22), após ser hospitalizado com 85% do corpo queimado.
O vizinho da frente do imóvel, o servidor público Ednei do Nascimento, de 41 anos, relatou que estava dormindo quando tudo aconteceu, e acordou com um forte barulho de explosão.
“Minha esposa e eu ouvimos esse barulho como se algo estivesse explodindo e desmoronando ao mesmo tempo. Eu pensei que fosse aqui na frente da minha casa. Quando nos levantamos, vimos que não era. Foi uma correria muito grande. Teve quatro pessoas que entraram no terreno, mesmo com as coisas desabando”.
Duas casas ao lado da estrutura que desabou também ficaram comprometidas e foram interditadas.
Além da investigação da causa da explosão, a possibilidade de construção irregular no local também está sendo averiguada.




