Quem é Dominique Mamberti, o cardeal que proclamará 'Habemus Papam' após o conclave
Dominique Mamberti é o mais antigo entre os que pertencem à ordem dos diáconos no Colégio Cardinalício
A Igreja Católica tem um novo Papa. Na tarde desta quinta-feira, a fumaça branca que saiu da chaminé da Capela Sistina anunciou que os 133 cardeais eleitores chegaram a um consenso sobre o sucessor de Francisco, falecido em abril. Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram em seguida, confirmando o fim do conclave, que surpreendeu pela rapidez diante da ausência de um favorito claro.
Os olhos do mundo se voltam agora para a sacada central da basílica, de onde o cardeal protodiácono irá proclamar, em latim, o tradicional “Habemus Papam” — “Temos um Papa” — marcando o início do novo pontificado. Logo após o anúncio, o novo líder da Igreja Católica vai conceder sua primeira bênção “Urbi et Orbi”, dirigida à cidade de Roma e ao mundo.
Neste conclave, os holofotes estarão voltados para o cardeal francês Dominique Mamberti, de 73 anos. Como cardeal protodiácono – ou seja, o mais antigo entre os que pertencem à ordem dos diáconos no Colégio Cardinalício –, se ele próprio não for eleito, terá a responsabilidade de anunciar ao público, a partir da sacada central da Basílica de São Pedro, o nome do novo Papa logo após a eleição no conclave.
Leia também
• Queda no número de católicos na América Latina será desafio para novo papa
• Fumaça branca no Vaticano indica eleição de novo papa
• Conclave: queima em dois fogões está por trás da fumaça que anuncia eleição do novo Papa
“Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus papam!” (“Anuncio-lhes com grande alegria: Temos Papa!”), será a frase em latim que o cardeal Dominique Mamberti deverá proclamar da sacada da Basílica de São Pedro ao anunciar o nome do sucessor de Francisco.
Quem é Dominique Mamberti?
Nascido em Rabat, no Marrocos, e criado na ilha francesa da Córsega, Mamberti tem formação jurídica e trajetória marcada pela diplomacia da Santa Sé, sobretudo em países africanos. Estudou Direito em Estrasburgo e Paris, e posteriormente formou-se em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.
Entre 1986 e 1990, trabalhou na nunciatura apostólica (a embaixada da Santa Sé em um país estrangeiro) da Argélia, antes de servir no Chile (1990–1993), na sede das Nações Unidas em Nova York (1993–1996) e no Líbano (1996–1999). Em seguida, passou três anos no Vaticano como conselheiro da Secretaria de Estado para as relações com a ONU.
A partir de 2002, exerceu o cargo de núncio apostólico (embaixador) no Sudão, na Eritreia e na Somália. A experiência o levou, em 2006, a ser nomeado pelo então papa Bento XVI como responsável pelas Relações Exteriores do Vaticano. Em 2014, já sob o pontificado de Francisco, assumiu o Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica — o mais alto órgão da Justiça canônica da Igreja. Pouco depois, foi elevado a cardeal.
Discreto, com trânsito entre diferentes regiões do mundo e conhecido por sua atuação em temas de política internacional, Mamberti é considerado um nome de confiança no Vaticano. Tem especial interesse por América Latina, Oriente Médio, mundo islâmico e Nações Unidas, e defende uma visão do direito internacional ancorada na dignidade humana.
‘Habemus Papam’
O cardeal eleito deverá responder a duas perguntas do decano: “Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?” e “Como deseja ser chamado?”. Caso responda sim à primeira, torna-se Papa e bispo de Roma. Um por um, os cardeais expressam um gesto de respeito e obediência ao novo Papa, antes do anúncio aos fiéis. Em seguida, o novo Pontífice aparece e pronuncia a bênção “à cidade e ao mundo”.

