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VATICANO

Quem é o enfermeiro que esteve com o Papa nas últimas horas e recebeu 'gesto de despedida'

Massimiliano Strappetti, serviu ao lado de três papas: João Paulo II, Bento XVI e, finalmente, o Pontífice argentino

Papa Francsico ao lado do enfermeiro Massimiliano Strappetti. Foi a primeira aparição pública do Pontífice após permanecer cinco semanas e 38 dias internadoPapa Francsico ao lado do enfermeiro Massimiliano Strappetti. Foi a primeira aparição pública do Pontífice após permanecer cinco semanas e 38 dias internado - Foto: Vaticano News

As últimas horas do Papa Francisco foram acompanhadas pelo seu fiel escudeiro, o enfermeiro Massimiliano Strappetti, de 54 anos. O profissional de saúde incentivou o Sumo Pontífice a realizar um passeio no veículo papal entre os fiéis durante a Páscoa e recebeu os agradecimentos finais de Francisco, seja por um "obrigado" durante a celebração, ou uma última saudação nos momentos finais, de acordo com o portal oficial do Vaticano, Vatican News.

"Por volta das 5h30 da manhã surgiram os primeiros sinais do mal-estar, com a intervenção imediata de quem velava por ele. Mais de uma hora depois, fez um gesto de despedida com a mão para Strappetti", revela o portal. Antes dele morrer.

O enfermeiro, nomeado como "assistente médico pessoal" do Pontífice, tem uma longa carreira no setor de saúde. Começou a carreira na unidade de terapia intensiva da Policlínica Gemelli, mas logo integrou a comitiva médica do Vaticano, em 2002, servindo ao lado de três Papas: João Paulo II, Bento XVI e, finalmente, o Papa Francisco.

Ele ganhou destaque após ajudar o Papa a lidar com diverticulite em 2021. Na ocasião, o Sumo Pontífice creditou o sucesso da cirurgia ao enfermeiro.

— salvou minha vida — disse Francisco, em uma entrevista, informando que Strappetti o convenceu a não adiar cirurgia.

Após isso, o então coordenador de enfermagem da Direção de Saúde e Higiene, se tornou o assistente pessoal de saúde do Papa.

Strappetti permaneceu ao lado do Sacerdote durante os 37 dias de internação ocasionada por uma pneumonia bilateral e agravada por uma infecção polimicrobiana.

Além da fé, outro ponto que pode ter contato para a relação entre os dois é o amor ao futebol. Assim como Francisco, que era torcedor do clube argentino San Lorenzo, o enfermeiro italiano também é fã do esporte e segue a equipe italiana Lazio tanto em sua conta do Instagram quanto do Facebook.

Últimos horas
Na manhã do Domingo de Páscoa, o Papa Francisco fez a tradicional bênção "Urbi et Orbi" da sacada da Basílica de São Pedro. Logo em seguida, surpreendeu os fiéis presentes ao ir à Praça de São Pedro para um passeio no papamóvel próximo à multidão.

— Obrigado por me trazer de volta à praça — disse o Pontífice em agradecimento a Strappetti, que o incentivou a fazer a surpresa para as cerca de 50 mil pessoas presentes.

O relato foi compartilhado pelo Vatican News, portal oficial do Vaticano, na manhã desta terça-feira. Segundo o texto, no dia anterior à bênção, no último sábado, o Papa e Strappetti foram à Basílica de São Pedro para revisar o "caminho" a ser percorrido no dia seguinte a bordo do veículo papal.

Ainda houve dúvidas quanto ao passeio, que durou cerca de 15 minutos.

—Você acha que eu consigo? — perguntou o Papa ao enfermeiro que o acompanhava, tendo sido tranquilizado.

Esta foi a primeira volta do Pontífice após sua alta hospitalar. E foi a última aparição em vida. No trajeto, o Papa foi saudado pelos fiéis e abençoou de perto o público que o acompanhava, em especial as crianças.

A morte do Papa Francisco ocorreu na madrugada da última segunda-feira, devido a um acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, confirmou o Vaticano. O quadro o pôs em coma e levou a uma insuficiência cardíaca irreversível. O Pontífice tinha 88 anos.

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