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CARNAVAL E SHOW DE LADY GAGA

Reconhecimento facial será usado para solucionar desaparecimentos de crianças em eventos no Rio

Uso da tecnologia em grandes eventos foi divulgado por oficial da PM durante o Seminário Turismo RJ

Lady Gaga Lady Gaga  - Foto: Reprodução/Instagram

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A tecnologia de reconhecimento facial será usada na solução do desaparecimento de crianças em grandes eventos no Rio, em especial, o carnaval carioca e o show da Lady Gaga, em maio.

A informação foi anunciada pelo major Agdan Fernandes, diretor de Infraestruturas e Tecnologias do Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar, durante o Seminário Turismo RJ. A ferramenta vai se basear nas fotos cadastradas pelos pais no aplicativo 190RJ, já disponível para download.

— O uso de tecnologias tem sido cada vez mais integrado no dia a dia da Polícia Militar. Para o carnaval e o show da Lady Gaga, já posso adiantar o uso do reconhecimento facial voltado para crianças desaparecidas. Os pais fazem um cadastro dos filhos no aplicativo da PM, com foto e dados gerais, e, em caso de desaparecimento, os agentes já ficam em alerta nas ruas. É como se fosse uma adaptação das antigas pulseiras de localização — explicou o major Agdan Fernandes.

O evento aconteceu na manhã desta segunda-feira, no Hotel Hilton, em Copacabana, com o tema "segurança e tecnologia em grandes eventos". O debate foi voltado à cidade do Rio, que é cenário do réveillon e do carnaval, além de shows gratuitos em Copacabana e, recentemente, do G20.

Na primeira parte do seminário, participaram a delegada Patrícia Alemany, da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo; Nilo Sérgio Félix, subsecretário de estado de Turismo; coronel Maurílio Nunes, subsecretário de Operações Integradas da Secretaria estadual de Segurança Pública; José Domingo Bouzon, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Rio (Abih-RJ); e Antonio Florêncio de Queiroz Júnior, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado do Rio (Fecomércio-RJ).

Já na segunda etapa, participaram Fernanda Prates, professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ); o major Agdan Fernandes; e o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Rio.

Cidade de atrativos
O seminário destacou o impacto das recentes políticas de segurança pública no turismo, reforçando que escolhas acertadas fazem o público, do Brasil e de fora, desejarem visitar o estado. Como exemplo, citou-se o show da Madonna, em maio passado:

— A segurança é fundamental para o turismo do estado. A morte de três médicos em um quiosque da Barra, em outubro de 2023, gerou uma sensação de insegurança tão grande em relação à cidade que tivemos um dos piores réveillons. Atingimos, à época, somente 80% da capacidade da rede hoteleira. O mesmo aconteceu no carnaval, que teve público abaixo do esperado. Esse cenário só melhorou com o show da Madonna, que teve números ínfimos de ocorrências. Fomos aos poucos recuperando nossa reputação — enfatizou José Domingo Bouzon, presidente da Abih-RJ.

Entre as medidas de segurança destacadas, estão o uso de drones e de tecnologia de reconhecimento facial; revistas nas entradas dos eventos; patrulhas de agentes em meio ao público; o baseamento de um caminhão de comando, que recebe denúncias e monitora ocorrências; e a integração das forças de segurança, tanto estaduais quanto municipais.

A professora Fernanda Prates avaliou que algumas dessas medidas necessitam ainda de regulamentação e transparência, como as câmeras de reconhecimento facial:

— É muito importante que ocorra essa integração da tecnologia no trabalho de segurança, mas, ao mesmo tempo, é necessário que a população saiba o que as ferramentas estão produzindo. O uso do reconhecimento facial é proibido em diversos países, por exemplo, porque é uma tecnologia que se mostra suscetível a erros, mas, já que fazemos uso dela, como melhorar os resultados? Fora que é fundamental um debate sobre direito de imagem, as pessoas devem saber que estão sendo filmadas.

A diversidade de destinos turísticos do Rio também foi mencionada no seminário, além das próximas alternativas implementadas para atrair o público ao estado:

— O Rio, atualmente, é destino gastronômico, paradisíaco, com eventos de entretenimento, como os shows e festivais, mas também corporativo e até político-internacional, como o G20. Além disso, muita gente duvida, mas o Rio também é um destino para consumo. Muitos turistas de fora gostam de vir para cá porque consideram tudo barato, ainda mais com o dólar perto dos R$ 6. Pensando nisso, queremos implantar o "taxfree" como forma de alimentar ainda mais esse cenário — adiantou Antonio Florêncio de Queiroz Júnior, presidente da Fecomércio-RJ.

Nilo Sérgio Félix, subsecretário de estado de Turismo, afirmou que o "taxfree" será o "legado" do governo para o turismo fluminense. Essa alternativa, ainda em discussão pelo governo, existe em alguns países e possibilita que o turista consiga reembolso do imposto cobrado sobre alguns produtos. Geralmente, o ressarcimento acontece ao sair do país com a mercadoria, apresentado comprovante de exportação.

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