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GRANDE RECIFE

Réu por estuprar e decapitar idosa com Alzheimer em 2022 alega insanidade, e júri popular é suspenso

O juiz determinou a realização de um laudo pericial para verificar se o réu, como alega a defesa, tem algum transtorno mental

Julgamento ocorreria no Fórum de Paulista, na Região Metropolitana do RecifeJulgamento ocorreria no Fórum de Paulista, na Região Metropolitana do Recife - Foto: Google Street View/Reprodução

A 1ª Vara Criminal de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, cancelou o júri popular de Antônio Vitor Alves da Silva, de 21 anos, réu confesso de estuprar, decapitar e mutilar Josenilda Lins Ezequial da Silva, de 64 anos, em 24 de dezembro de 2022.

O julgamento, que estava marcado para acontecer na quinta-feira (18), foi cancelado após a defesa do réu pedir para que fosse instaurado um "incidente de sanidade mental".

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), com o pedido da defesa, que foi aceito pela assistente de acusação do caso, o juiz de direito Thiago Cintra decidiu cancelar o júri e instaurar o procedimento. O magistrado determinou a realização de um laudo pericial para verificar se o réu, como alega a defesa, tem algum transtorno mental.

Julgamento cancelado
Caso o exame confirme o diagnóstico, o réu será considerado inimputável, e o processo, suspenso. Caso contrário, o julgamento será reagendado pela Vara.

De acordo a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco, Antônio Vitor Alves da Silva está sendo processado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, vilipêndio a cadáver e estupro (art. 121, §2º, incisos I, III, IV e VI, e §7º, inciso II, c/c arts. 211, 212 e 213, todos do Código Penal). 

Relembre o caso
O crime aconteceu em 24 de dezembro de 2022, vespéra de Natal, por volta das 6h, em um terreno baldio situado na Rua 145, no bairro de Jardim Paulista Alto. O corpo da vítima foi encontrado sem a cabeça e as mãos, com uma perfuração profunda no abdômen e mutilações nas partes íntimas. O crime foi cometido com uma faca.  

epoca do crime, o delegado Diego Jardim, que investigou o caso através da 7ª Delegacia de Polícia de Homicídios de Paulista, informou que Antônio Vitor, que tinha 18 anos quando cometeu o crime, confessou e detalhou para a polícia, com naturalidade, como o homicídio foi cometido.

O réu teria alegado que encontrou com Josenilda na madrugada do dia 24, quando a idosa pediu ajuda para ele porque a rua estava cheia de buracos.

“Quando ele foi ajudar, colocou o braço dela embaixo do dele e, naquele momento, ele viu a mão de uma mulher que tinha abusado sexualmente dele na infância, e ele decidiu levar ela para o terreno e cometeu todas essas atrocidades”, afirmou Diego, em entrevista à Folha de Pernambuco condedida em Janeiro de 2023. 

Segundo o delegado, o encontro foi completamente aleatório, e os dois não tinham qualquer relação.

Réu detalhou crime
Josenilda, que tinha transtornos psicológicos, saiu de casa às 20h do dia 23, no bairro de Maranguape II, também em Paulista, foi em direção à parada de ônibus e por um acaso parou no bairro de Jardim Paulista. Habitualmente, a idosa não saia de casa sem algum familiar, mas conseguiu abrir a porta da residência enquanto o marido dormia porque queria pegar uma bolsa que tinha esquecido na casa da irmã. 

Na confissão, o acusado narrou toda a execução, que coincide com os laudos periciais da investigação. 

“Ele disse que a mulher pediu ajuda, e, quando levou ela para o terreno, deu uma rasteira nela, e um golpe no seu rosto, em seguida já deu uma facada no pescoço. Ela ficou sem entender, perguntando o motivo daquilo, aí ele falou 'você não lembra de mim não?', e aí começa a decapitar a vítima e, em seguida, comete todas as outras atrocidades de arrancar a mão, de abrir a barriga, vicerar. Ele contou o que fez e não demonstrou arrependimento”, destacou Diego. 

 

 

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