Seg, 08 de Dezembro

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Justiça

Rússia apresenta apelação à CIJ para negar responsabilidade por queda do voo MH17

Pedido é dirigido à Austrália e aos Países Baixos, que apresentaram uma queixa à Organização da Aviação Civil Internacional

Palácio da Paz, sede da Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, na HolandaPalácio da Paz, sede da Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, na Holanda - Foto: CIJ

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) informou nesta sexta-feira (19) que a Rússia apresentou um pedido rejeitando as conclusões de uma agência da ONU, segundo as quais Moscou é responsável pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines na Ucrânia em 2014.

O pedido é dirigido à Austrália e aos Países Baixos, que apresentaram uma queixa à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

Em maio, a agência considerou que a Rússia era responsável pela queda do MH17, uma decisão que Moscou denunciou imediatamente.

O Boeing 777, que fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur, foi derrubado em 17 de julho de 2014 por um míssil BUK de fabricação russa enquanto sobrevoava a região de Donbass, no leste da Ucrânia, que já estava amplamente controlada pelos separatistas pró-russos.

As 298 pessoas a bordo do avião, incluindo 196 holandeses, morreram.

Segundo a Rússia, seu pedido, apresentado com base na Convenção de 1944 sobre Aviação Civil Internacional, constitui um recurso contra a decisão da OACI, declarou a CIJ em um comunicado.

A Rússia considera que este organismo da ONU "cometeu um erro de fato e de direito (e) violou os princípios fundamentais de uma boa administração da justiça", indicou o documento.

Moscou afirma que a convenção de 1944 invocada pela OACI em sua decisão "não se aplica a situações de conflito armado".

Além disso, a denúncia apresentada à OACI "baseava-se em provas tendenciosas, pouco confiáveis, com falhas técnicas significativas e falsificações evidentes", e "não levava em conta as provas apresentadas pela Rússia", acrescentou.

A Rússia sempre negou qualquer envolvimento na tragédia do MH17.

A equipe de investigadores internacionais dos Países Baixos, Austrália, Malásia, Bélgica e Ucrânia concluiu em 2023 que havia "fortes indícios" de que o presidente russo, Vladimir Putin, havia aprovado o fornecimento do míssil que derrubou o avião.

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