Sáb, 06 de Dezembro

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VATICANO

Segundo dia do conclave: veja horários e como será a votação nesta quinta (8)

Sinal que indica a eleição (ou não) de um novo Pontífice já tem horários previstos para acontecer

Fumaça preta anuncia que novo papa ainda não foi escolhido Fumaça preta anuncia que novo papa ainda não foi escolhido  - Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Começou nesta quarta-feira o conclave na Capela Sistina, no Vaticano, que vai eleger o Pontífice sucessor do Papa Francisco. Depois da primeira fumaça — preta, indicando que não houve consenso na primeira votação — já há horário para que novos sinais do conclave aconteçam, nesta quinta.

Presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, a "Missa Pro Eligendo Pontifice" (Missa para a Escolha do Pontífice) deu início ao processo. Num dos momentos mais simbólicos da Igreja Católica, a primeira fumaça saiu da chaminé da Capela Sistina por volta das 21h desta quarta-feira (16h em Brasília), indicando — como esperado — que não houve consenso entre os 133 cardeais votantes.

 

A votação volta nesta quinta-feira, em um ritmo-padrão que deve se repetir nos próximos dias até que o consenso seja alcançado: são quatro votações por dia, duas pela manhã e duas à tarde. No entanto só há previsão de uma fumaça por turno de votação, podendo aparecer às 5h30 ou 7h e 12h30 ou 14h.

O que acontece se o novo Papa for escolhido no primeiro dia?
Caso o novo Papa seja escolhido já na primeira votação de uma das sessões, a fumaça branca pode aparecer antes do horário previsto, indicando que o quórum de dois terços foi alcançado. Se não houver, a queima com a emissão da fumaça preta ocorre só no segundo horário de cada turno. Após a fumaça branca, o anúncio oficial — o tradicional “Habemus Papam” — costuma ocorrer entre 45 minutos e uma hora depois, com o novo Pontífice se apresentando na sacada da Basílica de São Pedro.

O que acontece se o novo Papa não for escolhido?
Caso a definição do novo Pontífice não seja feita em três dias, a votação é suspensa para um dia de oração.

Como é feita a fumaça branca e preta do conclave?
As fumaças são geradas pela queima das cédulas eleitorais em um fogareiro especial na Capela Sistina. Para evitar dúvidas, naftalina e lactose são adicionadas para gerar, respectivamente, a fumaça preta e a branca. Desde 2005, um sistema garante que as cores sejam nítidas — e que os fiéis não precisem mais interpretar a fumaça à distância, como acontecia no passado.

Na semana passada, o Vaticano anunciou que dois cardeais eleitores — com menos de 80 anos — não estarão presentes por motivos de saúde. Com isso, o número de cardeais votantes será de 133 (sendo sete brasileiros) e os dois terços necessários para a eleição ficam em 88. O idioma oficial do conclave será o italiano, mas haverá intérpretes.

Como funciona a eleição do novo Papa no conclave?
Por sorteio, três cardeais são designados “escrutinadores”, outros três como “infirmarii” (encarregados de recolher o voto dos cardeais doentes) e mais três como revisores para verificar a contagem.

Juntos, os cardeais recebem cédulas retangulares com a frase “Eligo in Summum Pontificem” (“Elejo como Sumo Pontífice”) na parte superior, com um espaço em branco logo abaixo para que os eleitores escrevam o nome de seus candidatos à mão, “com a caligrafia mais irreconhecível possível”. Em tese, é proibido votar no próprio nome.

Cada cardeal se dirige por turnos ao altar, segurando sua cédula no ar para que seja bem visível, e pronuncia em voz alta o seguinte juramento em latim: “Ponho por testemunha a Cristo Senhor, que me julgará, de que dou meu voto a quem, na presença de Deus, acredito que deve ser eleito.” Eles depositam suas cédulas em um prato e as deslizam na urna diante dos escrutinadores. Depois, voltam para suas cadeiras.

Cardeais que, por motivo de saúde ou idade avançada, não conseguem ir até a urna entregam seu voto a um escrutinador, que o deposita em seu nome.

O escrutínio
Uma vez recolhidas todas as cédulas, um escrutinador agita a urna para misturá-las, transfere as cédulas para um segundo recipiente e outro cardeal as conta. Dois escrutinadores anotam os nomes, enquanto um terceiro os lê em voz alta e perfura as cédulas com uma agulha no ponto em que está a palavra “Eligo”. Os revisores comprovam em seguida que não foram cometidos erros.

‘Habemus Papam’
O cardeal eleito deverá responder a duas perguntas do decano: “Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?” e “Como deseja ser chamado?”. Caso responda sim à primeira, torna-se Papa e bispo de Roma. Um por um, os cardeais expressam um gesto de respeito e obediência ao novo Papa, antes do anúncio aos fiéis. Da varanda da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anuncia “Habemus papam”. Em seguida, o novo Pontífice aparece e pronuncia a bênção “urbi et orbi” (“à cidade e ao mundo”). (Com AFP)

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