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Um em cada quatro brasileiros já viveu ou conhece alguém impactado por tragédias ambientais

Enchentes e alagamentos foram os desastres mais citados por aqueles diretamente atingidos, seguido por tempestade ou chuva forte, deslizamento de terra e queimadas ou incêndios

Rua inundada em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, em maio de 2024 Rua inundada em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, em maio de 2024  - Foto: Anselmo Cunha/AFP

Um em cada quatro brasileiros (25%) já viveu ou conhece alguém impactado por tragédias ambientais, o equivalente a pouco mais de 42 milhões de pessoas. É o que mostra pesquisa Nexus em parceria com o Movimento União Brasil divulgada nesta quinta-feira. Enchentes e alagamentos (68%) foram os desastres mais citados por aqueles diretamente atingidos, seguido por tempestade ou chuva forte (7%), deslizamento de terra (6%) e queimadas ou incêndios (5%).

São 7% os que responderam ter sido pessoalmente impactados por um evento climático grave. Já 3% dizem que foram afetados e também conhecem pessoas que passaram por isso, totalizando cerca de 16,9 milhões de brasileiros diretamente impactados por um desastre natural. Outros 15% conhecem alguém próximo nessa situação.

Atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul entre abril e maio do ano passado, a população da região Sul é a mais afetada pelos desastres: 40% dos entrevistados foram impactados ou conhecem alguém que passou por isso. O indicador da região também é maior do que a média nacional na faixa etária de 25 a 40 anos (29%) e entre quem tem renda familiar de 2 a 5 salários mínimos (30%).

A população do Sul também é a que mais diz se preparar para desastres (34%). Na média nacional, a grande maioria dos entrevistados (77%) disse nunca ter feito alguma ação, como reforçar a estrutura da casa ou estocar alimentos para se preparar para tragédias, enquanto outros 22% responderam já ter tomado alguma medida nesse sentido.

O indicador dos preparados para tragédias sobe para 42% entre quem já foi afetado por um desastre; 41% entre quem foi vítima e também conhece outras vítimas; e 31% no grupo que apenas tem conhecidos que viveram esse tipo de situação.

— O dado mostra que a convivência com pessoas afetadas por desastres climáticos é um fator que mobiliza as pessoas a buscarem formas de se prevenir de situações desse tipo. Nessa e em diversas respostas, a região Sul se destaca, mostrando o impacto das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul na percepção e comportamento da população sobre o tema — afirma o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski.

Tragédias mais recorrentes
Para 78% dos brasileiros, as tragédias ambientais têm sido mais recorrentes no país. Deste total, 57% avaliam que elas vêm “aumentando muito”, e 21% dizem ter “aumentado pouco”. Já 14% não perceberam variação, 5% acreditam que diminuiu um pouco, 1% que diminuiu muito e 2% não sabiam ou não responderam.

O estudo mostra que mulheres (59%), pessoas de 41 a 59 anos (60%), com ensino superior (61%) e moradores do Sul (63%) são os com visão mais crítica. No grupo que percebe um aumento dos desastres, 74% entendem haver uma relação forte com as mudanças climáticas. Outros 17% acreditam que há “mais ou menos” um impacto, 6% responderam haver pouca relação, 2% nenhuma e outros 2% não sabiam ou não responderam.

O entendimento que as mudanças climáticas são causadoras de tragédias é mais comum entre mulheres (77%), pessoas de 41 a 49 anos (77%), com ensino superior (79%), renda familiar de 2 a 5 salários mínimos (77%) e moradores do Sul (78%).

A Nexus realizou 2.013 entrevistas presenciais em todo o país entre os dias 29 de abril e 5 de maio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%.

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