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VIOLÊNCIA NO RIO

Veja lista com nomes dos 99 mortos identificados: nenhum foi denunciado pelo MPRJ na investigação

No entanto, 42 tinham mandados de prisão em aberto e 78, ficha criminal

Violência no Rio: corpos levados à praça após operação policialViolência no Rio: corpos levados à praça após operação policial - Foto: Pablo Porciúncula/AFP

A Polícia Civil do Rio divulgou, nesta sexta-feira (31), a lista parcial com nomes dos 99 suspeitos mortos da operação da última terça-feira (28) nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte, já identificados.

Desse total, nenhum havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio na investigação que embasou a ação policial, e nenhum tinha mandado de prisão devido a esse processo. No entanto, 42 mortos tinham mandados em aberto por outros casos, e 78 possuíam "relevante histórico criminal", segundo a polícia.

Todos foram identificados por parentes no Instituto Médico Legal e já estão prontos para serem liberados para enterros. Nenhum desses óbitos aparece na denúncia que embasou a megaoperação — 18 corpos ainda aguardam reconhecimento oficial.

O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, disse que, entre os mortos, 42 tinham mandados de prisão em aberto, e 78 tinham ficha criminal por crimes graves como homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa e roubos, entre outros.

O jornal O Globo cruzou os nomes dos mortos com os nomes citados na denúncia do MPRJ que embasou a megaoperação, e não houve correspondência. Assim, os mandados em aberto seriam referentes a outras investigações passadas.

Curi afirmou que vários dos mortos eram chefes de tráfico de outros estados.

"E alguns exemplos muito sensíveis que eu vou trazer para vocês aqui. Do Espírito Santo, Russo, chefe do tráfico em Vitória. Do Amazonas, Chico Rato e Gringo, chefes do tráfico em Manaus. Da Bahia, Mazola, chefe do tráfico de Feira de Santana. De Goiás, Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico naquele estado", disse Felipe Curi.

Além disso, houve 113 presos, incluindo 33 de outros estados e 10 adolescentes. Desse total, 54 tinham anotações criminais. Todos os presos, segundo o secretário, tiveram prisão preventiva decretada na audiência de custódia. O secretário ressaltou o fato de que quase um terço é de fora do Rio:

"Os complexos da Penha e do Alemão, até aquela ocupação de 2010, eram o QG (quartel-general) do Comando Vermelho apenas aqui no estado do Rio de Janeiro. Essa constatação de hoje mostra que esses locais passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional. São desses complexos que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para todos os outros estados onde o Comando Vermelho tem atuação, praticamente em todos os estados do Brasil.

Confira os nomes dos mortos identificados


Confira os nomes dos denunciados

Confira os nomes de quem teve mandado de prisão expedido pela investigação do MPRJ

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