Ter, 23 de Dezembro

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Estados Unidos

Vítimas de Epstein criticam publicação parcial e lenta de arquivos do caso nos EUA

O Departamento de Justiça respondeu que precisava de mais tempo para publicar o resto dos arquivos

Nesta segunda-feira, Trump falou pela primeira vez sobre a publicação dos arquivos, que começou na sexta-feiraNesta segunda-feira, Trump falou pela primeira vez sobre a publicação dos arquivos, que começou na sexta-feira - Foto: Comissão De Supervisão Da Câmara Dos Representantes Democratas / AFP

Vítimas do falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, vinculado às elites políticas e de celebridades americanas, denunciaram nesta segunda-feira (22) a publicação parcial dos arquivos do caso por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O Congresso americano aprovou uma lei para a publicação dos registros governamentais sobre Epstein, com a data limite de 19 de dezembro. Oficialmente, o ex-financista se suicidou em uma prisão de Nova York em 2019, antes de um processo judicial.

Em comunicado publicado na rede social X, um grupo de vítimas de Epstein criticou o fato de que apenas uma "fração" dos documentos foi divulgada e destacou que os elementos publicados na sexta-feira estavam "repletos de edições anormais e extremas, sem qualquer explicação".

"Fomos informados de que ainda existem centenas de milhares de páginas de documentos não publicados", afirmaram no texto. "São violações claras de uma lei inequívoca", acrescentaram.

Apenas uma parte dos documentos estava disponível no site do Departamento de Justiça na noite de sexta-feira e muitos deles estavam censurados, como uma transcrição de 119 páginas de deliberações de um júri, cuja publicação havia sido "autorizada por um juiz federal", denuncia o texto.

"Ao mesmo tempo, numerosas identidades de vítimas não foram censuradas, causando um dano real e imediato", afirmaram.

O Departamento de Justiça respondeu que precisava de mais tempo para publicar o resto dos arquivos.

No entanto, a oposição democrata vê este atraso como uma manobra política destinada a evitar a divulgação de informações supostamente comprometedoras para o presidente Donald Trump, que aparece em imagens ao lado de Epstein.

"Isto é um acobertamento descarado. Pam Bondi e Todd Blanche estão protegendo Donald Trump de prestar contas, e o Senado tem o dever de agir", disse o líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer, em referência à secretária de Justiça e ao procurador-geral adjunto, respectivamente.

Nesta segunda-feira, Trump falou pela primeira vez sobre a publicação dos arquivos, que começou na sexta-feira.

Em sua residência em Mar-a-Lago, ele disse aos jornalistas que "todo esse assunto com Epstein é uma forma de desviar a atenção do tremendo sucesso que o Partido Republicano teve".

Ele assegurou que a publicação dos documentos do caso "arruína a reputação" de pessoas que se encontraram com Epstein. Trump negou ter mantido uma amizade com ele, apesar dos registros existentes dessa relação.

O republicano mencionou as fotos em que aparece o ex-presidente democrata Bill Clinton. "Sempre me dei bem com Bill Clinton. Odeio ver que saiam fotos dele."

"Também há fotos minhas", observou. "Todo mundo era amigável com esse cara [Epstein]."

"Provavelmente estão sendo expostas fotos de outras pessoas que, de forma inocente, conheceram Jeffrey Epstein há muitos anos, e são banqueiros, advogados e outros profissionais muito respeitados", ressaltou.

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