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JULGAMENTO DE BOLSONARO

Absolvição de Bolsonaro é imperiosa para não termos nova versão do caso Dreyfus, diz advogado

Indicação faz referência ao caso de Alfred Dreyfus, capitão do Exército francês que foi condenado à prisão perpétua por fornecer informações militares para os alemães, mas, depois de anos cumprindo pena, foi inocentado

Paulo Amador Bueno, advogado de defesa de Jair BolsonaroPaulo Amador Bueno, advogado de defesa de Jair Bolsonaro - Foto: Gustavo Moreno/STF

O advogado Paulo Amador Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação penal da tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta quarta-feira (3) que o julgamento que pode levar à condenação do ex-chefe do Executivo exigirá uma "credibilidade", que será "exteriorizada por respeito ao devido processo legal, à ampla defesa, à imparcialidade, ao princípio do juiz natural e com base em provas evidentes e não em narrativas e suposições".

Segundo Bueno, se a decisão ocorrer "de outra forma", o julgamento será "inacabado", porque "estará sempre submetido ao tribunal do povo", que "não poupará palavras" em dizer que julgamento trata de um "movimento político e não de uma liderança somente".

"Não podemos permitir que entendam que à Corte teria faltado atenção à gravidade do caso e à falta de elementos que possam imputar a Bolsonaro os delitos relacionados na denúncia", sustentou.

Bueno pediu a absolvição do ex-presidente, alegando que ela é "imperiosa" para não se ter uma versão "brasileira e atualizada" do caso Dreyfus, "uma cicatriz na história jurídica do ocidente".

A indicação faz referência ao caso de Alfred Dreyfus, capitão do Exército francês que foi condenado à prisão perpétua por fornecer informações militares para os alemães, mas, depois de anos cumprindo pena, foi inocentado.

As ponderações ocorreram logo após Bueno sustentar que o ex-chefe do Executivo "não pretendeu" dar golpe de estado e "não teve intuito de ir adiante com projeto criminoso". Segundo Bueno, os atos posteriores de Bolsonaro foram voltados a desestimular apoiadores. O advogado alegou ainda que, em uma live no último dia do ano de 2022, o ex-presidente foi enfático ao pregar o "respeito às leis e à Constituição".

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