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Após Leite e Raquel Lyra, PSD quer filiar governador de Alagoas

O alvo da vez é Paulo Dantas, que esteve com Kassab na semana passada

Paulo Dantas, governador de AlagoasPaulo Dantas, governador de Alagoas - Foto: divulgação

Após alcançar quatro governadores em seus quadros, o PSD, presidido por Gilberto Kassab, segue em articulação para ampliar sua presença entre os chefes de Executivos estaduais. O movimento mais recente mira o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), com quem Kassab se reuniu na última semana.

O encontro ocorreu em Maceió, durante o evento de filiação do deputado federal Luciano Amaral — até então no PV — ao PSD. Amaral é aliado de Dantas, e sua adesão ao partido foi vista como um gesto que abre caminho para a aproximação do governador. Também estiveram presentes na solenidade o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), filho do senador e ex-governador do estado.

Nos bastidores, aliados de Dantas afirmam que o governador avalia positivamente o convite de Kassab e pode, sim, migrar para o PSD. No entanto, a mudança não deve ocorrer de imediato. O foco do governador, neste momento, está na articulação de sua sucessão estadual em 2026. Seu nome preferido para o pleito é Renan Filho, hoje ministro do governo Lula, o que explica a decisão estratégica de Dantas de permanecer no cargo até o fim do mandato.

Dantas tem reiterado que não pretende disputar nenhum cargo eletivo em 2026, justamente para evitar que seu vice, Ronaldo Lessa (PDT), assuma o governo nos meses finais do mandato — o que poderia fortalecer uma eventual candidatura de Lessa, que hoje não é prioridade do grupo político que comanda o estado.

Nesse contexto, a filiação ao PSD tende a acontecer apenas após abril de 2026, prazo legal para desincompatibilizações e trocas partidárias. Permanecer no MDB até lá garantiria a Dantas a construção de uma candidatura sucessória sem gerar tensões com a legenda atual, facilitando uma transição amigável ao novo partido.

Mais um tucano a caminho?
Outro nome em negociação com o PSD é o do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB). Como revelou o Globo, o partido de Kassab pode chegar a até seis governadores se conseguir filiar Riedel, que também é alvo de sondagens do PL, legenda comandada por Valdemar Costa Neto.

Uma reunião entre Riedel e dirigentes do PL está marcada para o próximo dia 21, e a expectativa é de que o próprio Valdemar participe do encontro. Apesar disso, fontes próximas ao governador tratam com cautela a possibilidade de adesão ao bolsonarismo. Isso porque Riedel lidera uma base política ampla no estado, que inclui desde partidos da esquerda, como o PT, até legendas do centrão e da direita tradicional.

A imagem de moderação e pragmatismo que Riedel tem cultivado ao longo de sua gestão é vista por seus aliados como um ativo importante para eventuais articulações nacionais no futuro. Uma filiação ao PL, embora não descartada, poderia ser interpretada como um movimento de radicalização, o que comprometeria sua capacidade de diálogo com diferentes campos políticos.

O PSD, por outro lado, oferece uma plataforma mais ao centro, com espaço para alianças diversas — uma característica que vem sendo explorada por Kassab para atrair nomes com perfil semelhante ao de Riedel.

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