Ter, 23 de Dezembro

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Após ser chamado de "comunista do PL", deputado deixa partido de Bolsonaro

Alvo de críticas internas, Samuel Viana (MG) deixa a sigla e se filia ao Republicanos

Samuel Viana; o ex-presidente Jair Bolsonaro em reunião com Tenente-Coronel ZuccoSamuel Viana; o ex-presidente Jair Bolsonaro em reunião com Tenente-Coronel Zucco - Foto: Câmara dos Deputados/ Divulgação

Um dos integrantes da ala governista do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está de saída da sigla: o deputado federal Samuel Viana (MG) foi autorizado por Valdemar Costa Neto, a deixar o quadro e migrar para o Republicanos. A anuência é fruto de um acordo entre os líderes dos partidos, já que o ex-presidente da CPI do MST, Tenente-Coronel Zucco (RS), fará o movimento contrário e se filiará ao PL.

A favor do governo Lula (PT) em votações caras à agenda econômica como a Reforma Tributária e o Arcabouço Fiscal, o mineiro se tornou alvo de críticas recorrentes de seus correligionários. A ala mais extremista do partido, ligada a Bolsonaro, apelidou o grupo do qual Viana fazia parte de "comunistas do PL". Ao Globo, o deputado afirma que sua saída ocorre por "divergência ideológica":

"O PL tem feito oposição a toda e qualquer medida que venha do atual Governo, mesmo sendo medidas boas para o Brasil. O radicalismo e o extremismo tomaram conta das orientações do partido, e meu perfil e meu eleitorado não se comunicam com os extremos" disse Samuel Vianna, que relata ter protocolado seu pedido de desfiliação no dia três de agosto. O PL, por sua vez, acatou a solicitação.

Ao ser questionado sobre seu posicionamento, o mineiro se diz um deputado "independente". Sobre sua ida ao Republicanos, o parlamentar justifica sua filiação pelas diretrizes conservadoras da sigla, associadas ao diálogo com o governo federal.

"O partido contribui com a política de forma construtiva e propositiva, sem extremismos e sem radicalismos."

Do outro lado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) se reuniu nesta quarta-feira com Jair Bolsonaro para tratar sobre sua filiação ao PL, que será formalizada no dia cinco de dezembro. O movimento ocorre após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter reconhecido a carta de anuência concedida pelo Republicanos ao parlamentar.

Em um movimento contrário, Zucco pediu sua desfiliação justamente pelo Republicanos ter se aproximado do governo, ao qual faz oposição. Desde que Silvio Costa Filho foi nomeado ministro de Portos e Aeroportos, o partido passou a integrar a base de Lula, o que não agradou o bolsonarista.

"Ficou insustentável permanecer numa sigla que fazia parte de uma frente ampla de direita e agora está com Lula. Além disso, nunca escondi minha admiração com o presidente Bolsonaro, a quem devo total fidelidade. A sensação é de estar voltando para casa" disse o deputado.

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